“A cinematografia começa com D.W. Griffith e acaba com Abbas Kiarostami”, disse em uma ocasião o célebre Jean-Luc Godard. Infelizmente, no dia 4/7 (segunda-feira) morreu o diretor iraniano Abbas Kiarostami, aos 76 anos, em decorrência de um câncer. O ganhador da Palma de Ouro em Cannes pelo filme Gosto de Cereja (1997) morreu em Paris, onde realizava tratamento médico após ser diagnosticado com câncer gastrointestinal, em março de 2016.

Conhecido por acunhar o termo “cinema inacabado”, que defende a participação do público na finalização de uma obra cinematográfica, Kiarostami defendia que “no próximo século de cinema, o respeito ao espectador enquanto elemento inteligente e construtivo é inevitável. Para alcançá-lo, é preciso talvez se distanciar da ideia segundo a qual o cineasta é o mestre absoluto. É preciso que o cineasta também seja espectador de seu filme”.

Por razões econômicas e políticas, Kiarostami teve que abandonar Irã em várias ocasiões para poder gravar seus filmes. Embora o diretor tenha ganhado uma única vez em Cannes, Kiarostami foi indicado em outras quatro ocasiões pelos filmes Através das Oliveiras (1994), Dez (2002), Cópia Fiel (2010) e Um Alguém Apaixonado (2012). Além disso, o iraniano ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza por O Vento nos Levará (1999). Kiarostami nos deixa, mas sua influência no cinema permanece.