Alice Miceli reinventa a paisagem. Carioca, reside até hoje no Rio de Janeiro, mas seu trabalho não se fixa no espaço do ateliê. Ele é transitório, e se dá no registro fotográfico ou em vídeo, tendo como ponto de partida a viagem de investigação e pesquisa. E, no deslocamento, suas fotografias capturam cenas silenciosas.
Os temas de seu trabalho giram em torno de questões sociais e, por isso, suas paisagens são imagens traumáticas e frias. Como se em muitos momentos, ao observarmos seus retratos, nos parecesse que alguém já esteve ali, na foto. Mas, por algum motivo, foi apagado. E é assim que Miceli nos mostra que a ausência é consequência da intervenção humana, que o apagamento é uma situação política.
A artista vai até onde supostamente não poderíamos chegar. É o caso de sua série In Depth, que a levou até lugares inabitados em países como Camboja, Colômbia e Bósnia. O motivo? Retratar cenários que contém minas terrestres implantadas no solo. E agora são essas fotografias que a leva para a 5º edição da International Biennale for Young Art de Moscou, na Rússia, onde apresenta o conjunto de imagens capturadas na Colômbia, especificamente.
A exposição tem curadoria assinada pelo historiador de arte, editor e curador independente Nadim Samman, e abre ao público a partir do dia 1/7 (sexta-feira), permanecendo até 8/10. O evento se concentra em trabalhos de jovens artistas e curadores de até 35 anos, com objetivo de apoiar e divulgar a produção de arte contemporânea no mundo.
Serviço
5th Moscow International Biennale for Young Art: Deep Inside
Vorotnikovsky Pereulok, 11, st 3, Moscou, Rússia
Até 8/10
Mais informações: site oficial