icon-plus
Expedição realizada a Paranabiacaba (Foto: Priscyla Gomes)
Postado em 06/03/2017 - 5:28
Arte/Cidade
Seminário sobre a 5ª edição do projeto tem como tema Linha Metálica e discute regiões do Brasil e Alemanha
Luana Fortes

Como parte de um longo processo investigativo e criativo, acontece no dia 6/3, às 19h, o Seminário Arte/Cidade no Instituto Tomie Ohtake. O evento conta com uma apresentação sobre o assunto dessa edição, conversas sobre projetos já realizados com os artistas Regina Silveira, Rejane Cantoni, Leonardo Crescenti e Maurício Adinolfi, além do curador do projeto Nelson Brissac. Fora isso, também está na programação uma exposição de materiais sobre as edições anteriores, acompanhada de uma fala de Priscyla Gomes, curadora associada.

No quinto Arte/Cidade, o tema é Linha Metálica, em referência às construções industriais que marcam não só o trajeto entre São Paulo e Santos, como também o Vale do Ruhr, na Alemanha. Pode parecer uma conexão inesperada, mas ambos locais sofreram transformações urbanas com o crescimento da indústria na segunda metade do século XX e, ainda, como é característico dessa era, muitos deles foram abandonados para abrir lugar a novos e diferentes planos.

Museu Küppersmühle, em Duisburg, visitado por Ricardo Ohtake e Nelson Brissac em 2015 (Foto: Divulgação)
Museu Küppersmühle, em Duisburg, visitado por Ricardo Ohtake e Nelson Brissac em 2015 (Foto: Divulgação)

 

A Alemanha já vem aproveitando esses lugares para construir espaços culturais. Pensando nisso, o que fazer com essas regiões é o ponto de partida para as investigações propostas pelo projeto. Ao todo, ele apresenta 5 etapas em que profissionais de diversas áreas, como arquitetura, urbanismo, gestão cultural, curadoria e artes visuais, encontram-se para discutir ideias e propostas. Como afirma Nelson Brissac para seLecT, o projeto encontra-se em fase de pesquisa, de troca de ideais. “Nós estamos fazendo encontros técnicos no Marieta, coordenados por Abilio Guerra, e excursões, visitas periódicas, a diversos pontos do território abordado”.

É apenas nas fases finais do projeto que trabalhos artísticos são realizados. Antes, artistas serão convidados a pensar proposições e exibi-las no Instituto Tomie Ohtake, para depois intervirem nos lugares investigados. Nesse momento, eles têm “o desafio interessante de lidar com grandes escalas, que nem sempre se enquadram no que os olhos podem ver. E essa é uma questão intencionalmente colocada aos artistas”, relata Brissac. Eles, inclusive, usam os dispositivos de deslocamento da própria região. Dessa maneira, os trabalhos desenvolvidos em decorrência do Arte/Cidade são constituídos de todo o processo por trás do projeto como um todo. Ou seja, não começam, nem acabam, num tangível trabalho de arte.

Porto de Santos, visitado em 2016 (Foto: Leonardo Crescenti, Rejane Cantoni e Giovanni Pirelli)
Expedição ao porto de Santos, realizada em 2016 (Foto: Leonardo Crescenti, Rejane Cantoni e Giovanni Pirelli)

 

Serviço
Seminário Arte/Cidade
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 – Pinheiros – São Paulo
em 6/3, às 19h
www.institutotomieohtake.org.br