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Carmela Gross - Passantes (Foto: Divulgação)
Postado em 11/08/2016 - 2:57
Carmela Gross, Jonathas de Andrade, Gisela Motta e Leandro Lima
Além das mostras, Galeria Vermelho recebe o lançamento do livro de Carla Zaccagnini

A Galeria Vermelho apresenta as mostras de Carmela Gross, Jonathas de Andrade, Gisela Motta e Leandro Lima. A segunda exposição individual de Carmela Gross na Galeria Vermelho, Um, Nenhum, Muitos, se organiza em torno de 4 obras: Figurantes (2016), 13 Passantes (2015/2016), Darlenes (2014) e Bando (2016).

Jonathas de Andrade ocupa a sala antonio – o cinema da Galeria Vermelho – com o curta-metragem O Caseiro (2016) que propõe um diálogo com o filme de 1959, O Mestre de Apipucos, de Joaquim Pedro de Andrade. O filme é construído simetricamente em duas narrativas. À esquerda, o filme de 1959, gentilmente cedido pela produtora Filmes do Serro, exibe o cotidiano de Gilberto Freyre em sua casa no bairro de Apipucos, no Recife. À direita, Jonathas de Andrade cria um espelhamento simultâneo das cenas de O Mestre de Apipucos substituindo Freyre por um suposto caseiro da opulenta morada do sociólogo. O paralelo entre os dois personagens – aquele histórico do documentário, e aquele anônimo da ficção – estabelece uma tensão que sublinha aspectos de classe e raça, dois dos assuntos mais presentes na obra de Freyre, já que este aparece vivendo uma vida de registro aristocrático no filme de Pedro de Andrade.

Além das mostras, a galeria apresenta o trabalho de Carla Zaccagnini Brasil, País do Futuro: um livro sobre o livro que procura pensar nas circunstâncias que circundaram a publicação de Brasil, país do futuro (1941) de Stefan Zweig para tentar entender a construção desse axioma e os momentos em que ele volta a entrar em circulação. Em trecho do livro, Zaccagnini conta: “Zweig inicia seu livro explicando porque escreveu Brasil, país do futuro (ou um país de futuro). Eu quero terminar este texto dizendo por que leio agora esse livro. Também tenho percebido ao redor dos últimos anos uma euforia de quem pensa que o futuro em fim se aproxima. Temo que não seja a primeira vez na historia recente do país que se pensa poder agarrar o tão esperado futuro e puxá-lo para perto. Estou tentando entender quais as condições que cercam essa crença, esperando que as mais graves não se repitam.”

Serviço
Carmela Gross, Jonathas de Andrade, Gisela Motta e Leandro Lima
Galeria Vermelho
Rua Minas Gerais, 350, Higienópolis, São Paulo
Até 17/9
De terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, das 11h às 17h
Tel.: (11) 3138 1520