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Postado em 25/11/2011 - 1:39
Crítica da razão em Veneza
Ryan Gander, Rebecca Warren, Carol Bove, Klara Líden e Urs Fischer fazem a crítica da modernidade na bienal
Juliana Monachesi

Ryan Gander tem três obras no Arsenale, uma delas presta homenagem a Mondrian e outros abstracionistas por meio de uma pintura espacial feita de molduras prontas de diferentes formatos com placa de vidro pintadas de cores primárias e dispostas no chão, encostadas na parede e umas sobre as outras [Your Present Time Orientation (First Act)-Random Abstraction (2011)]; outra é uma citação das bailarinas de Degas, que são expostas no chão, cara a cara, os pedestais destinados às esculturas espalhados ao redor delas [Out of Sight (All On My Own)]; outra ainda, escondida na megainstalação de Song Dong, é uma espécie de auto-retrato em miniatura que mostra o artista caído com uma microescultura azul diante de si.

Out of Sight (All On My Own), de Ryan Gander

Rebecca Warren leva às últimas consequências o cheque-mate ao modernismo em esculturas feitas de bronze, argila ou aço que citam mais livremente a tradição e desconstróem o cânone escultórico ocidental. Carol Bove marca uma inflexão no Arsenale. Sua instalação The Foamy Saliva of a Horse (2011), assemblage composta de uma dezena de peças dispostas sobre um imenso pedestal que dificulta a visão e o fluxo dos visitantes, sinaliza um tipo de postura artística que substitui o comentário por uma verdadeira mise-em-scène crítica. Ela prepara bem o terreno para o choque que vem a seguir. Klara Líden levou sua coleção de cestos de lixo, subtraídos de diversas municipalidades ao redor do mundo, à Corderie, pondo a nu os resultados do sono da razão em Veneza.

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