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Obra de David Shrigley no stand da Stephen Friedman Galley
Postado em 09/04/2016 - 3:18
Crise?
Em edição 14% menor em relação ao ano anterior, galerias estrangeiras na SP-Arte fogem do assunto crise
Camila Régis

Prestes a encerrar sua 12ª edição, a SP-Arte chamou atenção já no dia de abertura ao vender a tela Summer Love – Gamboa Seasons part 1 of 4, de Beatriz Milhazes, por R$ 16 milhões. O feito se destacou justamente por ocorrer em um ano marcado pela instabilidade econômica. Em relação ao ano passado, a feira encolheu 14% — o número de galerias caiu de 140 para 120 — e nomes estrangeiros importantes como Marian Goodman e Pace Gallery não participaram do evento.

Apesar do cenário, galerias estrangeiras fogem do assunto crise, vendas ou mesmo a recepção das galerias não brasileiras neste período de turbulência. Um diretor de uma importante galeria nova-iorquina se negou a falar sobre o assunto — e preferiu não se identificar –, assim como os representantes da Other Criteria, casa de impressões de Damien Hirst, que participa da feira pela primeira vez. No stand, a peça mais barata em exposição era um serigrafia com tiragem de 25 peças, assinadas e numeradas, avaliada em US$ 6.800 (ou R$ 24.500). A mais cara, a serigrafia Sensational, poderia ser levada por US$79.600 (ou R$ 286.600). O número de trabalhos vendidos não foi revelado.

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Summer Love – Gamboa Seasons part 1 of 4, de Beatriz Milhazes, vendida por R$ 16 milhões

Não tão ruim assim
“Acho que a feira superou as expectativas de todo mundo porque as expectativas eram muito baixas”, conta a brasileira Ticiana Corrêa, diretora da Stephen Friedman Gallery. “Diante do cenário, nos preparamos para fazer uma feira diferente, trouxemos obras só de um artista, David Shrigley. Ele trabalha com um toque de humor e escolhemos isso justamente por causa dos humores pouco elevados. Mas na verdade acho até que a feira está mais animada”, conta.

Com atividades encerradas no Brasil desde julho do ano passado, a White Cube afirma que consolidou uma clientela marcante após atuar por três anos no país. “A feira está ótima e com a presença de muitos colecionadores, curadores e artistas importantes. Vimos algumas pessoas interessadas em comprar peças-chave que são importantes na constituição de uma coleção”, conta, otimista, Peter Brandt, diretor da White Cube. Sem revelar o montante, Brandt afirmou que os preços médios das peças vendidas foram de US$ 100 mil (R$ 360 mil) a US$ 500 mil (R$ 1,8 milhões).