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Abigial, óleo sobre tela, 1940 (Foto: Divulgação)
Postado em 07/04/2016 - 3:21
Di no papel
Organizado por curadora e filha do artista, livro traz panorama sobre a obra de Di Cavalcanti; lançamento acontece nesta sexta (8) na SP-Arte
Camila Régis

Em cartaz na Galeria Almeida e Dale, em São Paulo, a exposição Di Cavalcanti – Conquistador de Lirismo (leia crítica publicada na #select29) reúne um conjunto robusto de obras de um dos maiores nomes do modernismo nacional. A mostra curada por Denise Mattar tem entre os destaques trabalhos pouco ou nunca expostos, como é o caso da tela Três Mulheres (1938). “O colecionador comprou do próprio Di, pendurou na sua casa e nunca tirou de lá. A pessoa já estava velhinha e há um ano vendeu para um novo colecionador. A tela nunca tinha sido vista publicamente antes”, conta Denise. Agora, esta e outras obras poderão ser vistas também no papel.

Paralelamente à mostra, a curadora em parceria com Elisabeth di Cavalcanti, filha do artista, organizou um livro composto por cerca de 200 trabalhos. Realizado pela Capivara Editora, a publicação será lançada amanhã (8), na SP-Arte. “Todas as obras que estão na exposição vão estar no livro, que traz um escopo muito maior. Embora ele seja um artista muito conhecido, na verdade, hoje não há nenhuma publicação sobre o Di nas livrarias. Absolutamente nada”, explica.

Mulher e gato, aquarela sobre cartão, 1927 (Foto: Divulgação)
Mulher e gato, aquarela sobre cartão, 1927 (Foto: Divulgação)

Assim como a mostra, o livro Di Cavalcanti – Conquistador de Lirismo traz obras feitas entre 1925 e 1949. O recorte temporal foi necessário, segundo a curadora, devido a enorme produção do artista — estima-se que ele pintou 9 mil obras — e por serem datas especificamente importantes na trajetória artística de Di. Em 1925, ele retorna ao Brasil após passar dois anos na Europa, momento em que começa produzir trabalhos que entrariam para o imaginário nacional. Após 24 anos, 1949 marca seu contato com a arte muralista mexicana, que influencia fortemente sua produção seguinte.

Além das pinturas, desenhos e guaches, a publicação traz um apanhado de murais e telas icônicas. “Fotografamos os painéis do Teatro João Caetano, que por incrível que pareça até hoje nunca apareceu em nenhuma publicação sobre o Di. Temos ainda obras de instituições como o MASP, por exemplo, que tem As Meninas de Guaratinguetá”, comenta Denise. “O Museu de Belas Artes do Rio de Janeiro tem outra tela maravilhosa chamada Colonos, que não emprestam porque faz parte do acervo permanente. São obras emblemáticas que estarão no livro. Temos material do Brasil inteiro”, finaliza.