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Pigmento Vantablack (Foto: Surrey Nanosystems)
Postado em 02/03/2016 - 11:04
Dono da cor
Anish Kappor garante direitos exclusivos sobre o Vantablack, o pigmento mais preto que existe

Criado pela companhia britânica Surrey NanoSystems, em 2014, o Vantablack é classificado como o “preto mais preto que existe”. Desenvolvido para pintar satélites, o pigmento praticamente não reflete luz, absorvendo, precisamente, 99.965% da radiação. Agora, a coloração que tinha finalidades científicas também poderá ser usada artisticamente. Mas apenas por um artista. O indo-britânico Anish Kapoor, conhecido por suas instalações e esculturas monumentais, possui os direitos exclusivos sobre o Vantablack.

“A nanoestrutura do Vantablack é tão pequena que virtualmente não tem materialidade”, declarou Kapoor a ArtForum. “É mais fino do que uma camada de tinta e descansa no liminar entre uma coisa imaginada e uma real. É algo físico que você não pode ver, dando-lhe uma dimensão transcendente ou mesmo transcendental, o que acho muito atraente”.

A novidade claramente não agradou outros artistas, que acreditam que Kapoor não pode monopolizar o material. Christian Furr, conhecido por ser o pintor mais jovem a retratar a rainha da Inglaterra, declarou que “não é correto que (o material) pertença a um único homem”.

Não é a primeira vez que um artista registra uma cor. Nos anos 1960, o francês Yves Klein (diferentemente de Kapoor, que não criou o Vantablack) usou seu sobrenome para batizar e registrar sua criação, o azul Klein, pigmento desenvolvido pelo artista em parceria com um colorista parisiense.