Onze anos após sua estreia em Porto Alegre, o Fórum Social Mundial das Migrações (FSMM), volta ao Brasil, dessa vez em São Paulo. O evento discutirá migrações com o objetivo de trazer ações efetivas em torno à essa temática. Um dos objetivos do Fórum desde sua conceição é dar voz aos verdadeiros protagonistas: migrantes, refugiados e deslocados. Para isso, o FSMM organiza durante quatro dias, de 7 a 10/7, mais de 170 atividades: palestras, debates, mesas-redondas, apresentações culturais e feira gastronômica, baseadas no tema Migrantes Construindo Alternativas frente a Desordem e a Crise Global do Capital.

Segundo a organização do FSMM 2016, mais de 3 mil pessoas participarão, sendo 51% deles migrantes. Alguns dos conferencistas mais destacados que virão ao FSMM são Ernesto Samper, ex-presidente da Colômbia e atual Secretário Geral da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e Aida Garcia Naranjo ex-ministra das Mulheres do Peru. Também espera-se que Pepe Mujica, ex-presidente e senador de Uruguay, faça parte da conferência inaugural. A presença de Musica, contudo, ainda não está confirmada.

A discussão deste ano girará em torno à nova Lei de Migrações brasileira, além de questões de gênero e ambientais, racismo, acesso a moradia, luta sindical, trabalho decente e até segurança digital. Antes de sua inauguração, o FSMM já divulgou a música e o clipe que nortearão o evento deste ano e ocupou a cidade com lambe-lambes chamando atenção para os direitos, muitas vezes negados, dos migrantes.

Outro destaque ficou por conta da ação Hospedagem Solidária, que colocou em contato pessoas dispostas a hospedar migrantes de fora de São Paulo interessados em participar do FSMM. Até o momento, 40 pessoas já foram hospedadas.

Em razão da relevância mundial que o tema migratório ganhou atualmente e em comemoração ao FSMM 2016, seLecT dedicará sua edição 31 às Migrações. Entre outros temas, a #select31 abordará artistas dos quatro cantos do mundo, como Annette Messager, Sonia Guggisberg, Olafur Eliasson e Javier Téllez, que trabalham em fronteiras e campos de refugiados, chamando atenção para dramas individuais em meio à maior crise da história.