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Em Sem Título (2001), Sonia Andrade projeta uma Colour Bar sobre cristais (Fotos: Divulgação)
Postado em 29/03/2017 - 4:53
Imagem sobre objeto
Aos 82 anos, a artista Sonia Andrade inaugura sua primeira exposição em uma galeria comercial
Ana Abril

Sem deixar de lado seu interesse pela televisão, porém mais focada na projeção e seu prisma fantasmagórico, Sonia Andrade apresenta, na Galeria Marcelo Guarnieri, um recorte dos seus últimos trabalhos. É dessa forma que a artista carioca de 82 anos realiza Sonia Andrade  Cristais, pedras e vídeos, sua primeira exposição numa galeria comercial. Na ocasião, pedras e cristais servem como anteparos de projeções e criam reflexões sobre os conceitos de opacidade e transparência. As propriedades mágicas das pedras se unem às da luz, atribuindo à exposição um ar místico.

Dando seguimento a sua pesquisa dos últimos 40 anos, na qual o universo midiático tem um papel de destaque, em seu trabalho Sem Título (2001), Sonia Andrade projeta uma Colour Bar em um conjunto de pontas de cristal de rocha. Acontece, assim, uma associação entre os cristais, que descompõem a luz branca recebida em cores, e o instrumento usado para medir e controlar o próprio espectro de cores. 

Em outra videoinstalação, também do ano de 2001, um bloco de areia serve de tela para a projeção da imagem de uma drusa (agrupamento irregular de cristais). Dessa forma, a imagem projetada parece ser a própria areia, criando uma confusão entre o que é objeto e representação.

O objeto vira uma interferência entre o projetor e o anteparo no trabalho Sem Título (2005). Na parede é projetada a imagem de um fogo e, na frente, há uma obsidiana, pedra formada a partir do resfriamento de lava vulcânica, relação que também traz uma associação de significados.

A mostra abriga seis trabalhos da artista, que já expôs em instituições nacionais; como o MAC-USP, MAM-RJ, CCBB-RJ, FAAP, Instituto Tomie Ohtake; e internacionais, como o Louvre (Paris), MoMA-NY, Centre Georges Pompidou (Paris) e o Museu Reina Sofía (Madri). Sonia Andrade também participou em algumas bienais de São Paulo, inclusive na 32ª Bienal, no ano passado, com o trabalho Hydragrammas (1978-1993), um conjunto de cem objetos e suas respectivas reproduções, construídos com materiais coletados e que organizam o vocabulário de formas da arte e da vida cotidiana.

Serviço
Sonia Andrade  Cristais, pedras e vídeos
Galeria Marcelo Guarnieri
Alameda Lorena, 1966 – Jardins, São Paulo
De 30/3 até 29/4
galeriamarceloguarnieri.com.br