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Alguns dos artistas participantes do leilão (Fotos: Paulo D´Alessandro)
Postado em 13/06/2017 - 4:38
Leilão do Boi
Organizado em prol do artista José Carlos Boi Cezar Ferreira, leilão dobra expectativas de venda e evento ganha ensaio fotográfico realizado por Paulo D'Alessandro
Ana Abril

Com arquitetura modernista, a casa que abriga o espaço Auroras recebeu artistas de diversas gerações com um propósito comum: leiloar seus trabalhos em prol de José Carlos Boi Cezar Ferreira. Todo o dinheiro arrecadado na ação foi destinado à família do pintor, desenhista e escultor, diagnosticado com problemas de saúde. A emoção pelas circunstâncias e pelo reencontro de vários artistas prevaleceu no ambiente do local, que fugia do espírito mercadológico característico dos leilões. “Trabalhar na organização do leilão foi uma honra e um privilégio. Uma experiência muito rara, vivenciar esse movimento de afeto e trocas entre as pessoas que dele participaram”, afirma a organizadora da ação, Gisela Domschke. Contudo, o evento teve um sucesso inesperado, arrecadando um montante que dobrou as expectativas.

Realizado em 10/6 (sábado), o leilão foi organizado por Ana Maria Tavares, Artur Lescher, Bruno Dunley, Dudi Maia Rosa, Fernando Stickel, Jac Leirner, Leda Catunda, Pedro Ferreira e Ricardo Kugelmas, esse último idealizador do espaço Auroras. Dos 68 trabalhos à venda, realizados por 68 artistas diferentes, somente três não foram vendidos. Muitas das obras, como as de José Roberto Aguilar, Jac Leirner e José Resende, foram especialmente criadas para o leilão e faziam referência direta a José Carlos Boi Cezar Ferreira. Ana Elisa Egreja, Alvaro Seixas, Barrão, Carmela Gross, Fabio Delduque, Flávia Ribeiro, Lucia Koch, Ricardo van Steen, diretor de arte da seLecT, e Regina Silveira foram alguns dos artistas que tiveram suas obras leiloadas.

Com uma vibrante gama de cores e sobre a lareira do espaço Auroras, a tela Autorretrato (1983), de José Carlos Boi Cezar Ferreira, marcava a presença do artista, conhecido pela sua obra de caráter experimental e investigativo. A peça em questão não estava à venda, mas foi ponto de olhares e encontros. “Como disse o Dudi Maia Rosa, ‘a gente pensa que está fazendo algo por José Carlos Boi Cezar Ferreira e é ele quem está fazendo por nós’. Acho que agora seria acertado empenharmos essa energia no sentido de que o seu trabalho seja mais conhecido”, completa Domschke. Aqueles que não tiveram oportunidade de participar do evento, podem sentir o espírito da jornada graças ao ensaio fotográfico realizado pelo fotógrafo Paulo D’Alessandro. Confira: