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Postado em 13/02/2012 - 2:33
No meio do caminho tinha um livro
Mariel Zasso

Dez novas bibliotecas itinerantes vão levar literatura a moradores de rua em São Paulo

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Legenda: Os advogados sócios do escritório Porto Advogados com a doação.

Foi vivendo nas ruas que Robson Mendonça descobriu as dificuldades de não ter um endereço, entre elas, a de não poder emprestar livros em bibliotecas públicas. Assim, o gaúcho que viveu nessa situação em São Paulo até 2003, fã de  A Revolução dos Bichos, de George Orwell, prometeu a si mesmo criar uma biblioteca só para moradores de rua.

Hoje presidente do Movimento Estadual de População em Situação de Rua, é ele quem conduz pessoalmente o triciclo com capacidade para 150 kg de livros, que circula com facilidade no trânsito caótico de São Paulo, colaborando com o trabalho das comunidades que já atuam com cultura e inclusão social por meio da leitura. 

Só em 2011, o projeto recebeu mais de 25 mil livros em doação e distribuiu 8 mil livros entre desabrigados. “Ao receber um livro, os novos leitores têm a missão de passar a obra adiante e desta maneira colaborar para que o trabalho alcance outras pessoas”, explica Lincoln Paiva, diretor do Instituto Mobilidade Verde.

O escritório de advocacia Porto Advogados resolveu comemorar seus 75 anos contribuindo para a coletividade, e acaba de doar 10 novas “Biciclotecas”, além de financiar os custos de manutenção das bibliotecas itinerantes. “Acreditamos que a literatura é um importante instrumento de transformação do homem e da sociedade”, diz o advogado Benedicto Porto Neto, sócio do escritório.

Com a doação, o projeto agora totaliza 12 unidades, entre elas um modelo elétrico, que disponibiliza Wi-Fi e uma webcam para cadastrar fotos dos moradores e ajudar as famílias a encontrá-los.

Bibliotecas públicas e comunitárias, ONG’s que trabalham com cultura e atuam em comunidades que necessitam de apoio para o desenvolvimento de bibliotecas itinerantes podem se inscrever no projeto seguindo as regras do edital.