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Postado em 01/08/2014 - 5:42
O que o dia tem a aprender com a noite
Paula Alzugaray

Noite é o tema da nova edição da revista seLecT. E mais: designers gastronômicos, ritmo non-stop das feiras internacionais, ocupação de espaços públicos por coletivos artísticos e um grande presente aos nossos leitores em homenagem ao aniversário de três anos da revista: a inauguração do projeto Edições de Artista (começando com Cildo Meireles)

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seLecT faz três anos de vida com uma grande novidade. Inauguramos o projeto Edições de Artista, que oferece aos nossos leitores obras de arte contemporânea na forma de múltiplos numerados, com tiragem limitada. Cildo Meireles, um dos maiores expoentes mundiais da arte conceitual, foi escolhido para dar início à coleção e criou especialmente a obra em print Esfera Invisível, encartada nesta edição. Com esse projeto, seLecT visa promover a circulação e o acesso à arte.

Nesta edição número 19, a cultura da noite é investigada em seus múltiplos desdobramentos: música, design, fotografia e intervenções urbanas. Até o mercado de arte pôde ser abordado desde um ponto de vista noturno. Ou alguém ainda duvida que muitos negócios são fechados depois que o sol se põe? Em reportagem sobre o ritmo frenético das feiras internacionais e da vida after-fairs, Luciana Pareja Norbiato revela como os galeristas se servem dos efeitos do jet lag a favor de novos contatos e relações.

A estética da festa é o assunto do ensaio da fotógrafa holandesa Rineke Dijkstra, o portfólio da edição, e estímulo do duo de designers gastronômicos Bompas & Parr, que no último réveillon criou uma queima de fogos multissensorial, com cheiros e gostos, em plena Picadilly Circus, coração de Londres. Em depoimento à seLecT, afirmam que a comida deve ser mais excitante do que qualquer outra diversão que as pessoas buscam em suas horas de lazer.

Por mais delicioso e lisérgico que tudo isso seja, não cabe pensar o entretenimento noturno só como divertimento. Isso é o que previne Mirik Milan, prefeito da noite de Amsterdã, entrevistado por Guilherme Kujawski. “A vida noturna também tem crítica social e a cultura da noite pode ter a mesma função que a arte, pois é uma maneira de afirmar identidades”, ensina.

Sintonizados com a frequência das políticas públicas noturnas da capital holandesa, produzimos uma matéria sobre o movimento de coletivos artísticos e festeiros que promovem eventos culturais em becos, terrenos baldios e edifícios desocupados do Centro de São Paulo. A reportagem de Gustavo Fioratti e do fotógrafo Paulo D’Alessandro destaca, afinal, que os movimentos sem teto têm muito em comum com os artistas sem galeria.