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Cineclube397 (Foto: Ateliê397)
Postado em 02/05/2016 - 7:09
O resgate do cinema primitivo
Projeto organizado pelo Ateliê397 quer estimular o espectador ativo, típico do cinema dos anos 20
Ana Abril

Ampliar a experiência do cinema e resgatar a atmosfera mais primitiva da sétima arte é o intuito do Cineclube397, com curadoria da crítica de cinema Sofía Machain Soria. O projeto do Ateliê397, espaço independente localizado na Vila Madalena, foi idealizado para recuperar a experiência cinematográfica dos anos 20. Diferentemente das salas de cinema atuais, que pregam o silêncio e o imobilismo na poltrona, o cinema em suas origens acontecia em meio a barulhentos cafés parisienses. Nestes lugares, as pessoas podiam beber, rir e comentar os filmes dos irmãos Lumière sem serem alvos de olhares opressores.

No mês de maio, o protagonista da programação do Cineclube397 é o cineasta norte-americano James Benning, conhecido por ser o mestre dos landscape films (filmes de paisagens). A mostra teve início no dia 27 de abril, com o longa-metragem Stemple Pass (2013), de duas horas de duração e apenas quatro únicos planos fixos, no qual a protagonista é uma cabana cercada por um grande bosque.

A escolha do filme não foi involuntária. Por meio do longa, Benning busca enfatizar a relação entre a imagem, que não revela nenhum acontecimento espetacular, e o observador. Apesar de a câmera ser estática e não trazer nenhum elemento perturbador, as imagens estão em constante alteração conforme o tempo passa diante das lentes.

A próxima sessão do projeto quinzenal, sempre às quartas-feiras, acontece em 11 de maio, com o longa-metragem Ruhr (2009), primeiro filme do cineasta em formato digital de alta resolução. Easy Rider (2012) e Natural History (2014) encerrarão o ciclo de exibições do diretor.

As duas mostras seguintes do projeto serão dedicadas à figura do adolescente selvagem contemporâneo (Teen Angst) e ao público infantil.

Além disso, excepcionalmente nesta quarta-feira (4/5), o Cineclube397 conta com a presença do artista britânico James Richards, famoso por seus trabalhos com video-instalações a partir de pensamentos escultóricos, acústicos e de curadoria. Em sua passagem pelo espaço, Richards apresentará suas produções mais recentes: Against Nature (2015) e Crossing (2016).

Serviço
Ateliê397
Rua Wisard, 397 – Vila Madalena
Quinzenalmente às quartas-feiras (11 e 25 de maio) às 19h