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Cícero Dias, na Simões de Assis Galeria de Arte
Postado em 18/08/2017 - 7:46
Os dois lados da moeda
Semana de Arte chama a atenção pela cuidadosa curadoria e qualidade dos trabalhos expostos, mas também pelo seu formato elitista
Luana Fortes

A proposta já havia sido divulgada: oferecer um novo formato de feira de arte. Mas, mesmo assim, a Semana de Arte inaugurou surpreendendo pela experiência singular que possibilita. Em vez de centenas de galerias, o evento apresenta 35, convidadas pela organização. E em vez de stands que não se relacionam, uma curadoria seletiva e cuidadosa feita por Ricardo Sardenberg oferece fluidez e encadeamentos entre espaços. A Semana de Arte não parece simplesmente um evento comercial, mas a reunião de pequenas e preciosas exposições, reunidas em um só lugar.

Apesar disso, não há como esquecer que se trata de uma iniciativa que busca movimentar o mercado. Idealizado por Luisa Strina, Thiago Gomide, Emilio Kalil e o próprio Sardenberg, o evento traz o pequeno formato, mas também obras de arte com valores muito altos. A qualidade dos trabalhos é incontestável. No entanto, o que se pode contestar é para quem eles estão sendo exibidos. Com ingressos a R$80, a quem se destina a Semana de Arte?

A feira é voltada para a elite. Em contraposição, a programação paralela organizada pelos seus diretores se beneficia da Lei de Incentivo à Cultura e movimenta a cidade de São Paulo. Com passeios por marcos arquitetônicos, exibição de documentários, palestras, espetáculos de dança, entre outras coisas, a Semana de Arte institui-se como um novo formato de feira de arte.

Serviço
Semana de Arte
Até 20/8
Hotel Unique
Av. Brigadeiro Luís Antônio, 4700
http://www.semana.art/