Após 20 dias de internação em um hospital de Paris, o mestre da gravura em metal Arthur Luiz Piza morreu aos 89 anos, em decorrência de uma doença hematológica. O brasileiro morava na capital francesa desde 1951, quando se mudou após participar da 1ª Bienal de São Paulo. Representado pela galeria Raquel Arnaud desde 1973, o artista participou das Bienais de São Paulo (1951 a 1963), de Paris (1961 e 1963) e de Veneza (1966) e da Documenta de Kassel (1959), entre outras.
Piza teve reconhecimento internacional devido a suas gravuras, cujas técnicas foram aperfeiçoadas no ateliê parisiense do polonês Johnny Friedlaender (1912-1992). Em 1959, Piza ganhou o Prêmio Nacional de Gravura. O pintor Antonio Gomide (1895-1967) também foi outra das referências do gravurista.
A última exposição de Piza no Brasil aconteceu na Gustavo Rebello Arte, em setembro do ano passado. A galeria carioca reuniu um panorama da produção do artista, desde as colagens em madeira e cartão dos anos 60 até os famosos Elementos, chapas de formas geométricas pintadas de cores fortes e uniformes.
Além de cultivar sua faceta artística, Piza auxiliava, junto a sua mulher Clélia, a exiliados da Ditadura Militar (1964-1985). Ambos colocavam os exiliados em contato com outras pessoas e os ajudavam a conseguir emprego, segundo depoimento da jornalista Rosa Freire d’Aguiar.