Aos 74 anos de idade, o cineasta Ugo Giorgetti conhece como poucos a vida e a história paulistana. A cidade de São Paulo foi mudando ante seus olhos, inexoravelmente, ao passo em que coube ao cineasta resignar-se a refletir essas mudanças em seus filmes. A decadência do centro histórico; a mudança sofrida pelo bairro da Vila Madalena, antiga área residencial convertida em zona de bares modernos; ou o medo que muitas pessoas têm da grande metrópole paulistana são alguns dos temas que compõem a trama dos filmes de Giorgetti. Temas sociais, como a imigração italiana ou as diferentes classes sociais que convivem na selva de pedra, também compõem as histórias fílmicas do diretor apaixonado por sua cidade natal.

Contudo, grande parte destas obras eram inacessíveis ao grande público por não estarem arquivadas em um formato digital. Esta situação, no entanto, está prestes a mudar graças a um projeto da Distribuidora O2 Play. Com o objetivo de recuperar e fomentar o cinema brasileiro, a distribuidora irá migrar grande parte da filmografia do diretor e roteirista paulistano para o formato digital, tornando estas obras acessíveis aos amantes da sétima arte por meio das plataformas iTunes, Google Play e Vimeo, a partir de 27/7.

Longa-metragens como Quebrando a Cara (1977-1986), Jogo Duro (1985), Festa (1989), Sábado (1994), Boleiros – Era Uma Vez o Futebol (1998), O Príncipe (2002), Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos (2006), Solo (2009), Paredes Nuas (2009), Cara ou Coroa (2012), A Cidade Imaginária(2014) e Uma Noite em Sampa (2016) estarão disponíveis no Video On Demand (VOD) por menos de R$ 4. “Antes, para encontrar um filme de um grande diretor como o Ugo, seria necessário recorrer a uma locadora especial, um sebo, ou mesmo arriscar uma reprise na TV. Agora, esses filmes estão em uma casa permanente, que pode ser acessada de qualquer lugar do Brasil, em diversos aparelhos”, explica Igor Kupstas, diretor da distribuidora.

A filmografia de Giorgetti é só o começo de uma série de diretores e talentos que serão recuperados e levados para o formato VOD pela O2 Play. A escolha das obras cinematográficas é dependente do material original dos filmes, que muitas vezes está em mal estado de conservação, e também da aprovação do diretor. O próximo em ter sua filmografia no ar é Toni Ventura, cujos trabalhos estarão na internet em dezembro. A intenção é que, a partir de 2017, seja lançado um diretor por mês.