Depois das tintas a óleo, que em 2013 ganharam 33 matizes baseados na epiderme do povo brasileiro pela iniciativa de Adriana Varejão e sua caixa Polvo, o giz de cera “cor de pele” tem seus dias contados. A impossibilidade de representar a variedade dos tons da pele brasileira finalmente começou a ser enxergada pela indústria artística. Nesta quarta-feira, 11 de maio, a Matilha Cultural replicou a notícia da criação de um estojo de giz de cera com 12 tons de pele em sua conta de Instagram.
A iniciativa partiu da Uniafro (Programa de Ações Afirmativas para a População Negra), que projetou a caixa. O objetivo é levar os conceitos de identidade e pertencimento para as crianças brasileiras por meio de cores mais realistas.
No começo, a Uniafro não encontrou parceiros para desenvolver o estojo, mas quando a ideia chegou até o artista plástico Frantz S, dono da Koralle, empresa que vende materiais de desenho, o projeto saiu do papel. Diversos pedagogos foram consultados até alcançar os 12 tons escolhidos para representar as peles do Brasil.
O estojo faz parte de um kit de material pedagógico distribuído em um curso de qualificação de professores no Rio Grande do Sul. A intenção é que o projeto ensine a cultura e história africana nas escolas da rede pública. Apesar de ser restrito a essa região, a Koralle decidiu vender os gizes na sua loja online.
Os idealizadores do projeto pretendem produzir mais tons de pele e, também, lápis de cor mais representativos. A Uniafro, por sua parte, está buscando uma parceria com o Ministério da Educação para que o kit seja distribuído em todas as escolas públicas do país.