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Silêncio Tátil (2017), de Elisa Stecca (Foto: Willy Biondani)
Postado em 31/03/2017 - 6:51
seLecTs – Instituições
seLecT indica exposições que acontecem em instituições artísticas paralelas à SP-Arte
Da redação

SÃO PAULO
O SOM DO SILÊNCIO
Silencio – Elisa Stecca, 1º/4 a 4/6, Museu de Arte Sacra de São Paulo, Av. Tiradentes, 676 | www.museuartesacra.org.br
Não poderia haver lugar mais apropriado para a exposição Silencio, com esculturas de Elisa Stecca e curadoria de Paula Alzugaray, diretora de redação de seLecT. O Museu de Arte Sacra de São Paulo guarda a aura de mistério que preenche de significado o título, primeira pessoa do singular do verbo “silenciar”. Mesmo trazendo como matéria-prima elementos sólidos como prata, vidro e pedras (a exceção fica na volatilidade do mercúrio líquido), a proposta é convidar o público a silenciar e maximizar a experiência através e além da materialidade da obra, remetendo a fundamentos milenares como a alquimia e a filosofia clássica. Para alcançar esse efeito, a artista propõe ao visitante a experiência compartilhada de um momento de silêncio, criando condições para a vivência orgânica do percurso, do entorno e dos trabalhos. Abre-se ali uma lacuna sensível e silenciosa no tempo-espaço caótico da metrópole. Stecca, graduada em Artes Visuais pela Faap (SP), fez dos estudos em joalheria, fundição e vidro soprado uma fonte de criação artística aliada ao cotidiano, com acessórios que são obras de arte portáteis carregadas de inspiração anímica, espiritual (acima, Gota e Pingo). Na mostra, a artista faz o caminho inverso: rompe a conexão com o cotidiano em busca do silêncio, que, antes de ser resultado da supressão de todos os sons externos, é o contato íntimo do ser com a própria alma.

Balada, livro Perfurado com bala calibre 38, de Nuno Ramos (Foto: Iara Venanzi, Itaú Cultural)
Balada, livro Perfurado com bala calibre 38, de Nuno Ramos (Foto: Iara Venanzi, Itaú Cultural)

SÃO PAULO
LITERATURA PLÁSTICA
Narrativas em Processo: Livros de Artista na Coleção Itaú Cultural, 8/3 a 7/5, Itaú Cultural, Av. Paulista, 149 | www.itaucultural.org.br
O que confere a um livro o status de obra de arte? A curadoria de Felipe Scovino dá uma resposta possível a essa pergunta por meio de 70 trabalhos de artistas como Waltercio Caldas, Brígida Baltar, Nuno Ramos, Odires Mlászho, Augusto de Campos, Artur Barrio e Rosangela Rennó. Eles estão agrupados em dois grandes núcleos. O primeiro apresenta livros que trazem intervenções gráficas em capas e ilustrações, gravuras e charges, algumas vezes de tiragem limitada. Os projetos autorais que são formal e materialmente peças plásticas completas, iniciados com a atuação dos poetas concretos até a atualidade, formam o segundo grupo. Completam a mostra novas aquisições da coleção, caso de Variations sur une Courbe, de Sérvulo Esmeraldo, livro de gravuras que é uma raridade na produção do artista cearense morto em fevereiro último.

Lighting Piece (1955), de Yoko Ono (Foto: Reprodução)
Lighting Piece (1955), de Yoko Ono (Foto: Reprodução)

SÃO PAULO
INSTRUÇÕES E PROPOSIÇÕES
O Céu ainda é Azul, Você Sabe… – Yoko Ono, 1º/4 a 28/5, Instituto Tomie Ohtake, Av. Faria Lima, 201 | www.institutotomieohtake.org.br
Concebida especialmente para o Instituto Tomie Ohtake, a mostra de Yoko Ono é uma retrospectiva com 65 peças de Instruções, trabalhos que sugerem ao visitante e questionam o conceito por trás de uma obra. Algumas das instruções são simples como Respire (1966) ou Sinta (1963) enquanto outras são mais poéticas, como Peça de Acender (1955), “acenda um fósforo e assista até que se apague”. Além disso, a exposição também propõe a participação do público através de proposições, como a feminista Emergir (2013/2017), na qual mulheres podem enviar depoimentos de violências sofridas e uma imagem de seus olhos. Essas participações irão integrando a mostra que vai até 28/5.

Fiteiro Cultural em João Pessoa (PB) (Foto: Divulgação)
Fiteiro Cultural em João Pessoa (PB) (Foto: Divulgação)

SÃO PAULO
FITEIRO CULTURAL
(+ = -) Mais é Igual a Menos, Fabiana de Barros, até 18/6, Sesc Pompeia, R. Clélia, 93 | sescsp.org.br/pompeia
Quase 20 anos depois da criação da intervenção Fiteiro Cultural, o Sesc Pompeia realiza uma mostra comemorativa. A intervenção de Fabiana de Barros consiste em um quiosque de praia, chamado de fiteiro na Paraíba – onde a artista concebeu o projeto -, que é ocupado pela comunidade local e transformado em ateliê, palco ou mini-centro cultural. A exposição reúne registros dos diferentes fiteiros montados em cidades como Atenas, Havana, Jerusalém, Milão e Nova York, cada um adaptado à realidade local, mas com uma proposta em comum: reunir indivíduos para criar, construir, aprender, ensinar, discutir e compartilhar.

Andre Komatsu 1
André Komatsu na exposição Pedra no Céu (Foto: Divulgação)

SÃO PAULO
DIÁLOGOS ENTRE ARTE E ARQUITETURA
Pedra no Céu: Arte e a Arquitetura de Paulo Mendes da Rocha, 1º/4 a 2/7, MuBE – Museu Brasileiro da Escultura, Av. Europa, 218 | mube.art.br
Mais de 50 obras de quase 30 artistas ocuparão o MuBE em homenagem ao arquitecto e urbanista Paulo Mendes da Rocha. Com curadoria de Cauê Alves e Guilherme Wisnik, a mostra relaciona a arte e o legado da arquitetura brutalista de São Paulo. Artistas como André Komatsu, Caio Reisewitz, Carmela Gross, Cildo Meirelles, Daniel Buren, Doris Salcedo, Debret, Rugendas e Franz Post participam de Pedra no Céu, que traz arte em diversas linguagens: obras tridimensionais, fotografias, pinturas e desenhos. 

Trabalho de Leonilson, na exposição Metrópole: Experiência Paulistana (Foto: Isabella Matheus)
Trabalho de Leonilson, na exposição Metrópole: Experiência Paulistana (Foto: Isabella Matheus)

SÃO PAULO
DEDICADA À TERRA DA GAROA 
Metrópole: Experiência Paulistana, 8/4 a 18/9, Pina Estação, Largo General Osório, 66 | www.pinacoteca.org.br
Com curadoria de Tadeu Chiarelli, Metrópole: Experiência Paulistana reúne cerca de 80 trabalhos que manifestam as peculiaridades de morar na quinta cidade mais populosa do mundo. Leda Catunda, Flávio Cerqueira, Lia Chaia, Raphael Escobar, Renata Felinto, Luiz Gê, Carmela Gross, Evandro Carlos Jardim, Jaime Laureano, Marcelo Moscheta, Zed Nesti, Nazareth Pacheco, Moisés Patrício, Daniel de Paula, Fernando Piola, Florian Raiss e Gustavo Von Ha são alguns dos criadores que, por meio das suas obras, contam como é viver na megalópole paulistana.

Duas Amigas, de Lasar Segall, em exposição na Casa França-Brasil
Duas Amigas, de Lasar Segall, em exposição na Casa França-Brasil (Foto: Divulgação)

RIO DE JANEIRO
UM PEDAÇO DE FORTALEZA NO CHÃO CARIOCA 
VIRAGENS: arte brasileira em outros diálogos, até 25 de junho, Casa França-Brasil, Rua Visconde Itaboraí, 78 | www.casafrancabrasil.rj.gov.br
A pintura Duas Amigas, de Lasar Segall, é um dos destaques da exposição abrigada pela Casa França-Brasil. O trabalho pertence à Fundação Edson Queiroz, assim como o restante das 74 peças em exposição de artistas como Alfredo Volpi, Candido Portinari, Rubem Valentim, Hélio Oiticica, Mira Schendel e Anita Malfatti. Com curadoria de João Paulo Quintella, Laura Cosendey, Marcelo Campos e Pollyana Quintella, a mostra cria diálogos entre diferentes períodos da arte brasileira, com obras produzidas entre 1913 e os anos 1980. A curadoria, longe de criar um percurso cronológico, destaca as evidências que relacionam arte e sociedade.