Galeria Vermelho inaugura individual de Gisela Motta e Leandro Lima, dupla que ao longo de toda sua carreira mantém um diálogo estreito com o elemento água
Legenda: Chora-Chuva (2014), de Gisela Motta e Leandro Lima (foto: Divulgação)
Como não nutrir receios mortais com a crise hídrica que assola algumas partes do mundo, incluindo porções consideráveis do território brasileiro? Afinal, estamos falando de algo essencial à vida… Nesse momento, a arte pode esclarecer.
Na edição #5 da seLecT, Angélica de Moraes mostrou como os artistas Gisela Motta e Leandro Lima exercem um diálogo estreito com o elemento água. Portanto, é mais que oportuna a individual da dupla que será aberta no próximo dia 31 de março na Galeria Vermelho, em São Paulo.
Observe, por exemplo, a instalação Chora-Chuva, de 2014, composta por 16 baldes de plástico com água. Sob eles há caixas de som que, ao emitirem impulsos, provocam vibrações na água, emulando um gotejar. O trabalho aponta para a questão do abastecimento e, por extensão, para a escassez do recurso.
Legenda: Terreno, Uiramutã, (2015), de Gisela Motta e Leandro Lima (foto: Divulgação)
A água também está presente nas pinturas da série Terrenos, de 2015. Ao misturar tinta enamel (a mesma utilizada para pintar miniaturas de veículos militares) e água, a dupla gerou padrões de terrenos de zonas de conflito. O observador pode inferir, então, qual será o novo elemento de grandes disputas do século 21.