Mulheres de todo mundo, uni-vos! Dez feministas importantes que você deveria conhecer
Dia 08 de março é mais do que o dia Internacional da Mulher. A data nos lembra da urgência de uma luta que ainda está longe de terminar. Feminismo não é só a batalha pelo reconhecimento de direitos básicos ao sexo feminino, mas principalmente, pela tomada de consciência das alteridades possíveis do devir mulher.
Abolicionistas, revolucionárias, pensadoras, transgressoras! A seLecT preparou uma lista de 10 importantes feministas que você deveria conhecer para celebrar o dia da mulher:
Nísia Floresta
Filha do português Dionísio Gonçalves Pinto com uma brasileira, Antônia Clara Freire, foi batizada como Dionísia Gonçalves Pinto, mas ficou conhecida pelo pseudônimo de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Floresta, o nome do sítio (fazenda) onde nasceu, próximo ao antigo município de Papari, que hoje leva seu nome. Durante o século 19, tornou-se a pioneira do feminismo brasileiro e latino-americano ao escrever sobre os direitos das mulheres em publicações jornalísticas, quando a imprensa ainda engatinhava no Brasil. Traduziu os escritos de Mary Wollstonecraft, sufragista britânica. Conheça o projeto Nísia Floresta e saiba mais sobre a feminista brasileira http://www.projetomemoria.art.br/NisiaFloresta/pro.html
Monique Wittig
Polêmica escritora e teórica feminista francês, pioneira em seus escritos a superar a questão de gênero, ao defender o direito das mulheres lésbicas. Seu livro Les Guérillères (As Guerrilheiras), a autora introduz o conceito de Lesbianismo Radical e defende o direito a poliandria. O livro foi disponibilizado para download pela Universidade de Columbia em inglês. Baixe aqui
Sojourner Truth
Sojourner Truth nascida Isabella Baumfree por volta de 1797 em Swartekill, Nova Iorque, na condição de escrava, foi uma empregada doméstica e palestrante estadunidense. Mais tarde tornou-se uma oradora famosa na defesa do abolicionismo e dos direitos das mulheres, sendo particularmente lembrada pelo célebre discurso Ain’t I a Woman? (Eu não sou uma mulher?). Em 1841 mudou-se para Northampton, no Massachusetts, juntando-se a uma comunidade utópica chamada Northampton Association of Education and Industry. Após o fim da comunidade, ela permaneceu em Florence, no Massachusetts, onde trabalhou na produção da auto-biografia Narrative of Sojourner Truth: A Northern Slave (Narrativa de Sojourner Truth: uma escrava do norte). Faça o download da auto-biografia de Sojourner Truth aqui
Angela Davis
Angela Yvonne Davis (Birmingham, 26 de janeiro de 1944) é uma professora e filósofa socialista estado-unidense que alcançou notoriedade mundial na década de 1970 como integrante do Partido Comunista dos Estados Unidos, dos Panteras Negras, por sua militância pelos direitos das mulheres e contra a discriminação social e racial nos Estados Unidos e por ser personagem de um dos mais polêmicos e famosos julgamentos criminais da recente história americana. Em 18 de agosto de 1970, Angela Davis tornou-se a terceira mulher a integrar a Lista dos Dez Fugitivos Mais Procurados do FBI, ao ser acusada de conspiração, sequestro e homicídio, por causa de uma suposta ligação sua com uma tentativa de fuga do tribunal do Palácio de Justiça do Condado de Marin, em São Francisco.
Lyn Hejinian
Poeta experimental com produção focada na crítica linguística e suas relações com os discursos de gênero. Hejinian trabalhou em uma série de projetos de colaboração com pintores, músicos e cineastas. Ela ensina poética na Universidade da Califórnia, Berkeley, [2] e lecionou na Rússia e na Europa. Ela recebeu prêmios da Academy of American Poets e da Fundação Guggenheim. Leia um trecho de My Life, poema escrito por Lyn Hejinian
Flora Tristan
A francesa de origem peruana, Flora Tristan foi uma escritora e ativista socialista. Foi uma das fundadoras do feminismo moderno. Ela escreveu várias obras, a mais conhecida das quais são Peregrinations de Pariah (1838), passeios em Londres (1840), e O Sindicato dos Trabalhadores (1843). Tristan era a avó do pintor Paul Gauguin. Mais sobre Flora Tristan aqui
Analia Franco
Anália Franco Bastos, mais conhecida como Anália Franco, foi uma professora, jornalista, poetisa e filantropa brasileira. Fundou mais de setenta escolas e mais de uma vintena de asilos para crianças órfãs. Na cidade de São Paulo, fundou uma importante instituição de auxílio a mulhere em uma região que hoje deu origem ao bairro Jardim Anália Franco. Em 1 de dezembro de 1903, passou a publicar “A Voz Maternal”, revista mensal com a tiragem de 6.000 exemplares – expressiva à época -, impressa em oficinas próprias onde escrevia sobre os direitos das mulheres e principalmente sobre educação. Morreu vitimada pela gripe espanhola.
Kathy Acker
Batizada Como Karen Lehmann; (18 de abril de 1947 – 30 de novembro de 1997) foi um romancista experimental, poeta punk, dramaturga, ensaísta e escritora feminista. Ela foi fortemente influenciada pela Escola de Black Mountain, William S. Burroughs, David Antin, a teoria crítica francesa, filosofia e pornografia. A obra de Acker influenciou escritores mais jovens trabalhando em um estilo experimental, incluindo Michael Hemmingson, Home Stewart, Mark Amerika, Graham Barry, Joy Anna Springer, a banda Bikini Kill e Kim Gordon, co-fundadora do Sonic Youth. Foi vítima de um cancêr de mama feroz que a matou em 1997. Baixe o livro The Empire of the Senseless, de Kathy Acker aqui
Patricia Galvão
Patrícia Rehder Galvão, conhecida pelo pseudônimo de Pagu foi uma escritora, poeta, diretora de teatro, tradutora, desenhista e jornalista brasileira. Teve grande destaque no movimento modernista iniciado em 1922, embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna porque, na época, contava apenas com doze anos de idade. Militante comunista, foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Pagu publicou o romance Parque Industrial (edição da autora, 1933), sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro. Parque Industrial foi publicado nos Estados Unidos em tradução de Kenneth David Jackson em 1994 pela Editora da University of Nebraska Press.
Dona Haraway
Autora norte-americana de origem irlandesa. Haraway lecionou a disciplina Women Studies e História da Ciência da Universidade do Havaí e na Johns Hopkins University. Em setembro de 2000, recebeu a maior honraria concedida pela Sociedade de Estudos Sociais da Ciência (4S), o Prêmio JD Bernal, para contribuições ao longo da vida para o campo. Haraway também leciona aulas na teoria feminista e tecno-ciência na Escola Europeia em Saas-Fee, na Suíça. Seu livro A Cyborg Manifesto: Science, Technology, and Socialist-Feminism in the Late Twentieth Century é um marco na literatura pós-gênero. Faço o download do Manifesto Ciborgue aqui