icon-plus
Maximilien Luce - Batedores de Estaca (Imagem: Divulgação)
Postado em 05/05/2016 - 3:11
A vanguarda divergente
Exposição no CCBB-SP oferece um panorama dos desdobramentos do impressionismo
Felipe Stoffa

Os Pós-impressionistas. Foi assim que os divergentes do movimento impressionista, buscando novos caminhos na pintura, foram denominados pelo crítico inglês Roger Fry. O termo – embora não tenha dado conta da volumosa produção realizada na época -, passou a classificar diversos artistas, dentre eles Cézanne, Gauguin, Matisse, Seurat, Signac e Van Gogh, inseridos na história da arte e nas paredes de grandes marchands europeus.

São esses e outros pintores que integram à exposicão O Triunfo da Cor, o Pós-Impressionismo: Obras-primas do Musée d’Orsay e do Musée de l’Orangerie, aberta ao público no CCBB de São Paulo no dia 4 de maio, em parceria com a Fundación MAPFRE e o Musée d’Orsay.

A curadoria da mostra é assinada pelo diretor e a curadora do Musée d’Orsay, Guy Cogeval e Isabelle Cahn, respectivamente, além do diretor cultural da Fundación MAPFRE, Pablo Jiménez Burillo. O projeto de expografia é voltado em torno de 4 eixos que formam a exibição, oferecendo panoramas e cortes na produção multifacetada destes pintores.

Henri-Edmond Cross - O Naufrágio (Imagem: Divulgação)
Henri-Edmond Cross – O Naufrágio (Imagem: Divulgação)

No primeiro módulo, A Cor Científica, é apresentada uma seleção de pintores que foram influenciados pelos estudos científicos de Michel Eugene Chevreul em torno da técnica neoimpressionista com aplicação de pontos justapostos de cores primárias na tela. Ao observar as pinturas, o olho passa, a medida em que se distancia da tela, a recompor as diversas pinceladas e observar, a partir dai, a cena retratada. Esse movimento, conhecido também como o Pontilhismo, teve como seu expoente o francês Seurat, influenciando também a produção de Van Gogh, recém chegado na capital francesa.

Paul Sérusier - A Cerca (Imagem: Divulgação)
Paul Sérusier – A Cerca (Imagem: Divulgação)

Já a seção No Núcleo Misterioso do Pensamento: Gauguin e a Escola de Pont-Aven, apresenta os trabalhos resultantes das pesquisas realizadas por Paul Gauguin e Émile Bernard em torno de composições sintéticas, com forte presença do desenho e a liberdade de criação da escola de Pont-Aven. O espiritualismo que se irrompe nas composições de Gauguin confere às suas telas forte dimensão interior e simbólica.

Maurice Denis - A Oferenda no Calvário (Imagem: Divulgação)
Maurice Denis – A Oferenda no Calvário (Imagem: Divulgação)

Maurice Denis, Édouard Vuillard, Aristide Maillol e Félix Vallotton fazem parte do expoente proposto pelo terceiro módulo, Os Nabis, Profetas de Uma Nova Arte. Esse grupo de artistas, apaixonados pelo retrato da vida cotidiana, viram-se como poetas de uma nova estética, defendendo a origem espiritual da arte. O uso da cor é a chave de suas composições, elemento principal para a transmissão de diferentes estados de espírito vivenciados pela pintura.

Paul Gauguin - Mulheres do Taiti (Imagem: Divulgação)
Paul Gauguin – Mulheres do Taiti (Imagem: Divulgação)

Pintores com Cézanne, Monet e Rippl-Rónai percorrem o último corte da mostra, A Cor Em Liberdade, que apresenta obras de artistas do final do século XIX que se afastam dos simbolistas. Neste grupo também figuram as telas de Gauguin, influenciado pela viagem que realiza ao Taiti, além de outros jovens pintores do início do século XX.

A exposição estende a parceria entre as três instituições, quando foram apresentadas no CCBB obras de pintores impressionistas na coleção do Musée d’Orsay. Permanecendo na capital paulista até 7 de julho, a mostra segue para a sede do Rio de Janeiro, até 17 de outubro, ambas com entrada franca e com possibilidade de visita agendada.

Serviço
Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo
De 4 de maio a 7 de julho
De quarta a segunda-feira, das 9h às 21h
Tel.: (11) 3113 3651 / 3113 3652