icon-plus
Elomar foi homenageado em uma Ocupação no Itaú Cultural (Foto: Desenho Juraci Dorea)
Postado em 10/08/2016 - 4:07
Acervos: migrações
Esta seleção de conteúdos da Enciclopédia Itaú Cultural e dos projetos do instituto presta homenagem a imigrantes que se tornaram alguns dos maiores artistas do Brasil

Projetos
Elomar
Elomar Figueira Mello (Vitória da Conquista-BA, 1937)
Peão, vaqueiro, arquiteto, cantor, violeiro, compositor, chamado de príncipe da Caatinga pelo poeta Vinicius de Moraes, Elomar foi homenageado em uma Ocupação no Itaú Cultural, entre julho e agosto de 2015. Sua vida e seu processo criativo foram contemplados em exposição e programação musical. Desde então, seu imenso acervo de poesias, peças para teatro, romances, ensaios, roteiros para cinema, letras de músicas, textos de antífonas e libretos de óperas – batizado pelo compositor de Arquivos Implacáveis da Casa dos Carneiros – vem sendo organizado, catalogado e higienizado com apoio do instituto. O projeto contempla a construção de uma casa para guardar os arquivos desse trovador que, sem sair do perímetro de três fazendas no sertão da Bahia, se dedica a retratar um imaginário rural nordestino sem fronteiras.

Claudia Andujar, fotógrafa protagonista do filme Gyuri (Foto: Mariana Lacerda)
Claudia Andujar, fotógrafa protagonista do filme Gyuri (Foto: Mariana Lacerda)

Gyuri
O filme com direção de Mariana Lacerda conta a história da fotógrafa Claudia Andujar, a partir de uma entrevista realizada pelo filósofo Peter Pál Pelbart, em 2015, na primeira língua de ambos, o húngaro. No diálogo,  Andujar, testemunha de dois genocídios (o de judeus, durante o Holocausto, e o indígena, no Brasil, país onde mora desde 1955), expressa o peso da sua memória. Ao fazê-lo, ela recorre à sua língua de origem, apesar do esforço em recuperá-la na entrevista, realizada após mais de 60 anos que separam os episódios narrados, no momento em que se dirige ao seu interlocutor e às câmeras. Gyuri, título do filme, é uma homenagem ao primeiro amigo de Andujar, morto aos 13 anos em campos de extermínio nazistas. Projeto Selecionado pelo programa Rumos Itaú Cultural 2015-16.

Verbetes

Lasar Segall (Foto: Hildegard Rosenthal/Museu Lasar Segall)
Lasar Segall (Foto: Hildegard Rosenthal/Museu Lasar Segall)

Lasar Segall
(Vilnius, Lituânia 1891 – São Paulo-SP 1957)
Pintor, gravador, escultor, desenhista, de origem judaica, inicia estudos de arte em 1905, na Academia de Desenho do mestre Antokolski, em Vilnius, na Lituânia (…). No fim de 1912, vem para o Brasil e no ano seguinte expõe em São Paulo e Campinas. (…) Em 1923, Lasar Segall muda-se para o Brasil, onde tem contato com os jovens modernistas. Nos primeiros trabalhos realizados no País, revela um deslumbramento pela luz e pelas cores tropicais. (…) A partir de 1935, pinta paisagens de Campos do Jordão, de cromatismo muito refinado. Sua obra adquire aspecto de matéria densa, com uma cor muito particular. Os temas ligados a dramas humanos permanecem em quadros de grandes dimensões: Navio de Emigrantes, 1939-1940, e Guerra, 1942, entre outros.

(Foto: Verônica Gerchman)
Anna Maria Maiolino (Foto: Verônica Gerchman)

Anna Maria Maiolino
(Scalea, Itália, 1942)
Gravadora, pintora, escultora, artista multimídia e desenhista Anna Maria Maiolino, muda-se, em 1954, devido à escassez provocada pelo pós-Guerra, para Caracas, Venezuela, onde estuda na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas, entre 1958 e 1960, ano em que se transfere para o Brasil. Em 1961, inicia curso de gravura em madeira na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, e integra-se à Nova Figuração, movimento de reação à abstração e tomada de posição diante do momento político brasileiro. (…) Em 1967, participa da Nova Objetividade Brasileira, exposição que, entre outros preceitos, propunha a superação do quadro de cavalete em favor do objeto, sendo organizada por críticos e artistas, entre eles Hélio Oiticica (1923-1973). A partir da década de 1970, começa a trabalhar com diversas mídias, como a instalação, a fotografia e filmes.

Mira Scheldel, desenhista, pintora e escultora, nascida na Suíça e radicada no Brasil (Foto: Divulgação Galeria Millan)
Mira Scheldel, desenhista, pintora e escultora, nascida na Suíça e radicada no Brasil (Foto: Divulgação Galeria Millan)

Mira Schendel
Myrrha Dagmar Dub (Zurique, Suíça 1919 – São Paulo-SP 1988)
Desenhista, pintora, escultora, muda-se para Milão, Itália, na década de 1930, onde estuda arte e filosofia. Abandona os estudos durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Estabelece-se em Roma, em 1946, e, em 1949, obtém permissão para mudar-se para o Brasil, onde fixa residência em Porto Alegre (…). Sua participação na 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951, permite contato com experiência internacionais e a inserção na cena nacional. Dois anos depois muda-se para São Paulo e adota o sobrenome Schendel. (…) Em 1966, cria a série Droguinhas, elaborada com papel de arroz retorcido e trançado, que é apresentada em Londres, por indicação do crítico de arte Guy Brett (1942).