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Contagiar, de Kako Arancibia (Foto: Agencia Ophelia)
Postado em 16/04/2019 - 11:04
Acervos: sexo no instituto
Sexualidade aparece em Projetos e Verbetes do Itaú Cultural passando por questões de gênero e pela representação da nudez na arte

Projetos
Todos os Gêneros
A 5a edição do Todos os Gêneros, programa do instituto dedicado à sexualidade e suas representações na cultura, teve como assunto a vida soropositiva. O evento ocorreu em maio de 2018 e apresentou curtas-metragens, mesas de debate, peças de teatro, performances e shows, entre outros. Um dos destaques da edição foi o lançamento do livro Tente Entender o Que Tento Dizer – Poesia HIV/Aids, organizado por Ramon Nunes Mello, que reúne seleção de poemas escritos por diferentes gerações, gêneros e sorologias (leia resenha à página 108). Também ocorreu a festa Cabaré Todos os Gêneros no Teatro de Contêiner, sede da Cia. Mundunzá.

Vocalistas da banda As Bahias e a Cozinha Mineira (Foto: Rogerio Vieira)

 

Um Por Todos
Assucena Assucena e Raquel Virgínia, vocalistas da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, têm escrito textos para o site do Itaú Cultural na coluna Um Por Todos. Inédito, o conteúdo é publicado desde 27 de agosto, toda última segunda-feira do mês. No texto que inaugurou a coluna, chamado E Gritaram-me: TRAVESTI,  Assucena conta sobre a primeira vez que foi chamada de travesti, sobre enfrentar olhares de desaprovação em percursos cotidianos e sobre relações de cumplicidade entre pessoas trans.

Trabalho de Hudinilson Jr. (Foto: Iara Venanzi)

 

Rumos 2013-2014: Hudinilson
O edital de 2013 e 2014 apoiou a elaboração da publicação Posição Amorosa, que foca na produção do artista Hudinilson Jr. (1957-2013), apresentando reproduções de obras, biografia, entrevistas e textos. A equipe do projeto aproveitou os recursos do Rumos para digitalizar e catalogar o acervo de Hudinilson, localizado em sua antiga casa na cidade de São Paulo, onde também gravou uma série de depoimentos em vídeo.

Fotografia da série Symphony of Erotic Icons (1966-1978), de Alair Gomes, pertencente à Coleção Robson Phoenix (Foto: Cortesia Coleção Robson Phoenix)

Verbetes
Alair Gomes
Alair de Oliveira Gomes (Valença, Rio de Janeiro, 1921 – idem, 1992). Fotógrafo, filósofo, professor e crítico de arte. (…) Recebe bolsa da Fundação Guggenheim, em 1962, e permanece cerca de um ano realizando pesquisas na Universidade Yale, nos EUA. A partir do fim dos anos 1960, dedica-se com constância à fotografia e à crítica de arte. A maior parte de suas imagens são sequências de nus masculinos e fotos de rapazes feitas da janela de seu apartamento, na Praia de Ipanema, no Rio, além de registros do Carnaval carioca (…). Dedica-se à fotografia nos últimos 26 anos de sua vida e produz um conjunto de, aproximadamente, 170 mil negativos, cujo tema central é a beleza do corpo masculino. De teor confessional e narrativo, o sentido de sua poética é construído, sobretudo, no processo de edição e organização desse material. As imagens não são composições autônomas, elas integram sequências montadas com base em noções de ritmo e relações formais estabelecidas entre as fotos. Gomes classifica e intitula as séries como se fossem peças musicais.

Nu
As representações do nu acompanham toda a história da arte figurativa, na escultura e na pintura. Praticado já pelos egípcios, o nu alcança posição proeminente no interior da arte grega, desde as primeiras esculturas de pedra, em que os gregos reproduzem figuras de pé, marcando divisões do corpo e o desenho dos músculos, de acordo com os ensinamentos das artes egípcia e assíria. Em seguida, a representação do nu na Grécia trilha caminhos próprios pela ênfase na observação direta dos corpos (…). Na arte classicizante do século 19, evidencia-se a forte ligação com o desenho e com o padrão do “belo ideal” clássico, testado preferencialmente na escultura (…). Nus ainda fazem parte do repertório da produção figurativa do período entreguerras, ocupando lugar de destaque na obra de pintores como Pablo Picasso (1881-1973). Não seria exagerado afirmar que o nu constitui um tópico central na produção de Picasso, nos óleos e desenhos eróticos que realiza.