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Tribeca (1984), de Lydia Okumura (Foto: Divulgação)
Postado em 10/02/2021 - 11:08
Agenda do fim do mundo (10 a 17/2/2021)
Lydia Okumura; Baile de Máscaras; O Que Vem Depois da Farsa; chamada Ars; Veredas Festival; Marepe; Espaço C.A.M.A.; Só a Antropofagia Nos Une?
Da redação

“Para o intelectual das redes, o poder dissuasivo dos cancelamentos em avalanche é mais agressivo, e suas consequências indiretas são mais nocivas. Inibem a capacidade do pensamento vivo de escapar à posição em que se gostaria de encerrá-lo, de afirmar sua verdade ao preço da aprovação geral, contra tudo e contra todos, se necessário. Esperava-se que a internet marcaria a era do debate generalizado. Se o que se seguiu foi a era de cancelamentos massivos, essas esperanças ficaram novamente para o futuro.”
Rodrigo de Lemos em A grande feira das ideias prontas 

EXPOSIÇÕES
Lydia Okumura
Até 1/4, a artista paulistana, ligada à tradição da abstração geométrica, apresenta sua segunda individual na Galeria Jaqueline Martins, em São Paulo. Por meio de pinturas realizadas diretamente sobre as paredes, que, com linhas e arames, criam espaços virtuais, a artista reafirma (e também embaralha) as características dos lugares onde suas obras estão instaladas. 

Pintura de Marepe na Galeria Luisa Strina (Foto: Divulgação)

Apartamento s
Aglomerado Mergulho

A Galeria Luisa Strina, em São Paulo, abre simultaneamente as individuais de Marina Saleme e Marepe. Na mostra da artista paulistana, haverá uma instalação feita por mais de mil desenhos de pequenas dimensões nos quais uma figura feminina aparece sempre sentada. Já a quinta individual do artista baiano na galeria é um elogio à MPB, partindo de mais de 20 obras que buscam apontar alguma alegria após o mundo pandêmico. De 12/2 a 10/4.

Loaded – Remix de Primavera (2021), de Ana Júlia Vilela (Foto: Divulgação)

Todas as Festas de Amanhã
A primeira individual de Ana Júlia Vilela na Central Galeria, em São Paulo, segue aberta até 20/3. As cerca de 30 pinturas presentes na mostra partem das imagens que circulam pela internet em um vocabulário que inclui cores pastéis, formas imprecisas e uma construção rápida, com camadas ralas e pinceladas ágeis.

Xangô (2020), de Josafá Neves (Foto: Divulgação)

Sempre É de Novo a Primeira Vez
Com artistas como Anna Bella Geiger, Glauco Rodrigues e Fernando Lindote, a exposição, que segue até 26/2, na Danielian Galeria, no Rio de Janeiro, apresenta uma reflexão sobre a arte brasileira contemporânea. Com curadoria de Marcus Lontra – diretor artístico da galeria – e curadoria adjunta de Rafael Peixoto, o título da mostra é inspirado em uma canção de Antonio Cícero. 

Ah La Travesti, de Irmãs Brasil (Foto: Divulgação)

ON-LINE
Baile de Máscaras
A partir de 12/2, uma curadoria de Alexandre Silva reúne os artistas Agrippina R. Manhattan, Coletivo Trovoa (RJ), Irmãs Brasil, Mulambö e Yhuri Cruz para refletirem sobre a expressão que dá título ao projeto. Debates sobre o Carnaval, simulacros, pandemia do coronavírus e a própria arte estão no centro da mostra que tem fundos do Prêmio Fomento a Todas as Artes, realizado pela Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, por meio da Lei Emergencial Aldir Blanc.

Capa da revista Ars nº 40 (Foto: Reprodução)

INSCREVA-SE
Chamada pública revista Ars
A edição #42 da publicação, que será dedicada ao tema “História da arte”, está com chamada aberta para submissões de artigos até 4/4. Concebida e organizada por Liliane Benetti e Sônia Salzstein, esta edição busca rever a formação, solidificação e impasses desse campo disciplinar, em tentativa de estabelecer instrumentos rigorosos de análise e escrita crítica sobre arte hoje. 

Luciara Ribeiro (Foto: Mariana Ser)

Grupo de Acompanhamento do Veredas – Festival de Arte Contemporânea
Até 14/2 estão abertas as inscrições para o grupo coordenado pela curadora Luciara Ribeiro e pelo artista Daniel Albuquerque, que consiste em encontros com o objetivo de analisar, debater e compartilhar os fazeres e procedimentos integrados às práticas artísticas dos participantes. O projeto é destinado a artistas do interior paulista, será realizado on-line e prevê uma verba de R$2 mil para os selecionados.

Festival Casa Tomada
A 8ª edição da mostra, que é dedicada às artes cênicas e à dança, está com inscrições abertas até 17/2. Focado em artistas nascidos ou residentes no Rio Grande do Norte, o festival deve selecionar oito projetos para apresentação on-line entre 17 e 21/3. 

Gravação do vídeo com Pai Nelsinho de Oyá (Foto: Divulgação)

Asè Festival Cultural
Até 22/2, estão abertas as inscrições para 35 projetos, em diversas linguagens, de artistas negros, indígenas e pardos. Idealizado pelas artistas Beta Cunha e Jaqueline Cardoso, de São José do Rio Preto – de onde serão selecionados 80% dos participantes –, o festival será realizado de forma on-line e com programação gratuita para todas as idades.

Logo do Proac (Foto: Reprodução)

CONSULTA PÚBLICA
ProAC Expresso Direto
O Governo do Estado de São Paulo acaba de abrir formulário público, aberto até 26/2, para coletar sugestões sobre o novo formato do Programa de Ação Cultural, que agora passa a acontecer por incentivo direto, sem a necessidade de captação após a aprovação por lei. 

Logo do espaço Cama (Foto: Divulgação)

LANÇAMENTO
Espaço CAMA
Cinco galerias nacionais e internacionais se unem para ocupar uma das casas desenhadas por Flávio de Carvalho na Vila Modernista, em São Paulo. 55SP, Galeria Cavalo, Casanova Arte, Kubik Gallery e Galeria Periscópio inauguram um modelo pouco usual de colaboração entre espaços comerciais, visando maior circulação de seus artistas e parceiros. Visitas sob agendamento em  info@c-a-m-a.com 

Amy Sherald no documentário Black Art (Foto: Divulgação)

DOCUMENTÁRIO
Arte Negra: Na Ausência da Luz
A HBO exibe documentário, dirigido por Sam Pollard, com foco na produção afro-americana. Theaster Gates, Faith Ringgold, Amy Sherald e Lyle Ashton Harris são alguns dos artistas abordados no filme, que problematiza a relevância e as contradições surgidas na exposição Dois Séculos de Arte Negra Americana, de 1976, no Los Angeles County Museum of Art. 

Tiago Gualberto e Sara Roffino (Foto: Reprodução)

DOSSIÊ
Só a Antropofagia Nos Une?
Com edição de Tiago Gualberto e Sara Roffino, esta edição da revista The Brooklyn Rail produz narrativas críticas em relação às célebres formulações do modernismo paulista de 1922, que começa a ser alvo de celebrações e revisões na medida em que se aproxima de seu centenário. Em edição bilíngue, português e inglês, os textos têm grande enfoque na visão indígena e suas apropriações ao longo da história da arte brasileira, bem como formas menos óbvias de antropofagia, como na obra de Antonio Dias, ou problemas de classe e formas de segregação social que ainda não foram devidamente analisadas na produção daqueles artistas do século 20. 

Capa de O Que Vem Depois da Farsa (Foto: Divulgação)

PUBLICAÇÃO
O Que Vem Depois da Farsa
O mais novo livro do crítico norte-americano Hal Foster sai traduzido no Brasil pela Editora Ubu. Com ensaios sobre os acontecimentos sociais desde o atentado de 11 de setembro, o livro faz análises rigorosas sobre as relações entre arte e política, utilizando conceitos da psicanálise para refletir sobre dinâmicas de gosto, afetos e sociabilidade. Ainda que centrado no contexto estadunidense, nessa obra Foster realiza autocríticas a outros de seus trabalhos e mostra grande generosidade ao discutir obras de Harun Farocki, Hito Steyerl ou Kerry James Marshall.