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Frame de Circuit Break (2020), do No Porn (Foto: Divulgação)
Postado em 02/12/2020 - 9:59
Agenda do fim do mundo (2 a 9/12)
NoPorn; Incubadora Gráfica; Flip; Oficina Molina-Palatnik; Miguel Rio Branco; Rafael Alonso; Delba Marcolini; Lore Koch; 15ª Bienal Naïfs do Brasil; Roberto Winter
Da redação

“A concepção lacaniana de que o Eu é um espaço de alienação, que se desenvolve a partir de um processo de sobreposição de camadas dialéticas de identificação/alienação. Assim, no núcleo do Eu haveria apenas um vazio, razão pela qual o verdadeiro processo emancipatório não passa pelo reforço das identificações, mas sim pela dissolução do Eu, que viabilizaria finalmente espaço para uma nova instauração. Portanto, a política emancipatória demanda as coordenadas desse lugar vazio, no qual poderiam ser fulminadas opressões, estereótipos e toda sorte de exclusões, colocando em questão as relações de poder. Estaria aí uma resposta possível ao fascismo.”
Antonio Augusto Galvão de França em Psicanálise: uma arma contra o realismo capitalista

MÚSICA
Circuit Break
A banda NoPorn apresenta um single novo no qual uma espécie de pane no sistema é usada como metáfora para os efeitos da pandemia. O clipe, dirigido pelo estúdio Duto, mistura padrões lisérgicos e imagens dos acontecimentos sociais e políticos ocorridos em 2020, como as derrubadas de monumentos, manifestação com pessoas de máscara e as queimadas no Pantanal. “Circuit Break, seu mundo vai acabar”, diz a canção, usando o ritmo austero do spoken word. 

Logo da Incubadora Gráfica (Foto: Reprodução)

LANÇAMENTO
Incubadora Gráfica
De 7/12 a 16/1/2021, a RV Cultura e Arte, em São Paulo, apresenta uma exposição de lançamento do projeto Incubadora Gráfica, que busca viabilizar a publicação de livros de artistas. A primeira leva de lançamentos veio via edital e incluiu um período de formação com os selecionados. Como resultado, estão títulos dedicados à poesia, à fotografia ou ao desenho, explorando sempre a materialidade e temporalidade do livro impresso.

Grande Transformação (1987), de Jaime Prades (Foto: Divulgação)

FESTIVAIS
Fest.AR
Por meio da tecnologia de realidade aumentada, o Festival da América Latina resgata grafites e pichações que foram apagados com o tempo. A mostra conta com a participação de 13 artistas da cena de arte de rua, entre Nina Pandolfo e 6emeia, e os dispositivos de realidade aumentadas são usados para trazer para o presente obras que estavam em diversos pontos da cidade de São Paulo, como as avenidas Paulista e Consolação. Idealizado pela artista multimídia Giovanna Graziosi Casimiro, o aplicativo que permite tal rememoração fica disponível até 28/12. 

Paul Preciado (Foto: Marie Rouge)

Flip
A 18ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty, que este ano tem como destaque a mesa que reúne o filósofo Paul Preciado e o compositor Caetano Veloso (dia 5/12, às 20h30), acontece de 3 a 6/12. A festa, que será pela primeira vez em formato virtual, livre e gratuito, traz como temas as diásporas, as cirandas e as florestas. Entre os autores brasileiros, estão nomes como Ana Paula Maia, Elisa Pereira, Itamar Vieira Junior e Jota Mombaça. No campo da literatura estrangeira, os convidados incluem Bernardine Evaristo, primeira autora negra a vencer o prêmio Booke Prize, e  Chigozie Obioma, considerado um dos principais nomes da literatura africana contemporânea.

Flyer de divulgação da live Jornalismo de Arte (Foto: Divulgação)

LIVE
Jornalismo de Arte
Na 77ª edição de seu programa de lives, pela Oma Galeria, Thomaz Pacheco, diretor do espaço, recebe Paula Alzugaray, editora da seLecT, para um debate sobre jornalismo cultural. Em 2/12, às 21h, no Instagram da Oma Galeria. 

Graça Samo (Foto: Reprodução)

DEBATE
Amazônia Negra: Imagens, Narrativas e Saberes em Diálogo
Entre 8 e 10/12, o grupo Nós Mulheres (Pela Equidade de Gênero Étnico-racial), da Universidade Federal do Pará (UFPA), promove um webinário dedicado às intersecções entre gênero, raça e meio ambiente. Com participantes nacionais e internacionais, a programação conta com falas de ativistas, representantes dos direitos humanos e dramaturgos, em abrangência interdisciplinar. 

EXPOSIÇÕES
(devido ao retorno à fase amarela do Plano São Paulo, a programação abaixo pode sofrer alterações. Não deixe de consultar os sites oficiais antes de ir às mostras)

Mestre Molina (Foto: Reprodução)

Oficina Molina – Palatnik
O Sesc Avenida Paulista, em São Paulo, apresenta um diálogo entre as obras de Manuel Josette Molina, mais conhecido como Mestre Molina, e Abraham Palatnik, até 27/3/2021. Além de compartilharem um período de vida próximo, ambos têm obras que se movimentam no espaço e no tempo, com interesses comuns na criação de traquitanas – para Molina, com um sentido narrativo e vernacular. No caso de Palatnik, como ampliação das vertentes da abstração do século 20. 

Em Suspensão (2020), de Virgínia Di Lauro (Foto; Fernando Souza)

Em Suspensão
Até 14/12, a vitrine da Galeria Simone Cadinelli, no Rio, recebe a instalação da artista Virgínia di Lauro. Colagens sobre fotografias de seu próprio corpo, pinturas sobre livros e voal são usados na construção de um universo que discute as relações entre feminilidade e agressividade, questionando estereótipos. 

Sem Título (2018), de Paulo Pasta (Foto: Filipe Berndt)

Transições entre Passagens
Até 12/11, a Galeria Millan, em parceria com a Raquel Arnaud, em São Paulo, apresenta uma exposição coletiva, na qual são relacionadas as obras de Alfredo Volpi, Paulo Pasta e Elizabeth Jobim. Além de Volpi ter sido um artista de grande importância na formação de Pasta e Jobim, é fácil perceber os interesses em comum entre os três artistas, como as passagens de cores tonais e as composições serenas. A cor e seu aspecto relacional, inclusive, é assunto da exposição, que também parte do texto Interaction of Color, de Josef Albers, como um dos pontos de partida de sua concepção. O projeto,  com organização de Gisela Gueiros, também conta com versão digital. 

Cinema Glória (1975), de Miguel Rio Branco (Foto: Divulgação)

Palavras Cruzadas, Sonhadas, Rasgadas, Roubadas, Usadas, Sangradas
O Instituto Moreira Salles, em São Paulo, apresenta individual do fotógrafo Miguel Rio Branco com trabalhos de diversos momentos de sua trajetória. Com curadoria do próprio Rio Branco e de Thyago Nogueira, o projeto é organizado cronologicamente e reúne mais de 200 trabalhos, em uma revisão da sua produção e de seus arquivos. No dia da inauguração, 8/12, às 18h, haverá uma live com o fotógrafo no canal de YouTube da instituição e também o lançamento de livro homônimo à mostra. A publicação reúne textos de Luisa Duarte e Thyago Nogueira. A mostra permanece em cartaz até 16/5/2021.

Alma da estrada (2018), de Thiago Nevs (Foto: Isabella Matheus)

15ª Bienal Naïfs do Brasil
Até 25/7/2021, o Sesc Piracicaba recebe o evento que este ano conta com curadoria de Ana Avelar e Renata Felinto. A partir do tema “ideias para adiar o fim da arte”, o projeto reúne 125 artistas ditos populares, selecionados via edital, em relação a outros que se valem de materiais vernaculares, como Leda Catunda e Sonia Gomes. Entre as referências para o projeto curatorial, estão Ailton Krenak, Arthur Danto, Ana Mae Barbosa e Lélia Coelho Frota. 

Tapeçaria de Delba Marcolini (Foto: Divulgação)

O Feminino na Tapeçaria Modernista
A Galeria Mapa, em São Paulo, inaugura individual de Delba Marcolini. A mostra, que fica em cartaz até 15/1/2021, reúne complexas tramas que misturam materiais industriais e naturais, formando composições que transitam entre o rigor construtivo e geométrico e as formas orgânicas. 

Vista da exposição Olho Grande (2020), de Rafael Alonso (Foto: Divulgação)

Olho Grande
O artista Rafael Alonso apresenta, na Galeria Athena, no Rio, uma exposição que lida com o espaço como um ateliê constante, apresentando, além dos objetos em si, pinturas feitas diretamente nos portões e paredes do local. Transitando entre padrões geométricos e imagens clichês de um Brasil tropical, com temas como o pôr do sol, papagaios e coqueiros, a mostra também varia nos diferentes modos de construção da imagem, algumas replicando as pinturas de portões populares; outras, elementos da op art ou da cultura comercial. Aberta até 19/12. 

Interior With a Chair (1977), de Eleonore Koch (Foto: Reprodução)

Eleonore Koch: The Essential Painter
Com curadoria de Kiki Mazzucchelli, a mostra percorre toda a produção da artista alemã-brasileira, identificando alguns aspectos de sua pesquisa, como o uso reflexivo da cor e as narrativas silenciosas. Realizado em uma parceria entre a Galeria Mendes Wood DM e a Modern Art, o projeto pode ser visitado presencialmente ou em viewing room. 

Detalhe de Sem Título, da série Mar Aberto (2020), de Sandra Cinto (Foto: Divulgação)

Where the Stars Were Terrestrial
A curadora Priscyla Gomes reúne obras que tratam da instabilidade e da incerteza em um projeto da Galeria Casa Triângulo para a Art Basel Miami. Disponível até 6/12, o viewing room conta com a participação de artistas como Eduardo Berliner, Juliana Cerqueira Leite e Albano Afonso. 

Lambes do projeto A Cara da Vila Buarque (Foto: Divulgação)

INTERVENÇÃO
A Cara da Vila Buarque
500 imagens estão espalhadas pelo bairro paulistano, em projeto da artista Bia Ferrer em parceria com a jornalista Priscilla Torelli. A iniciativa, que começou on-line, como uma catalogação das pessoas que moram e visitam à Vila Buarque, chega às ruas na forma de lambes, além de uma projeção programada para 2/12, a partir das 19h, na empena lateral do prédio da Sociologia e Política – Escola de Humanidades (FESPSP).

Frame de Rio, de Sarah Morris (Foto: Divulgação)

VÍDEO
Fdag-Film
A galeria Fortes D’Aloia & Gabriel lança nova plataforma dedicada a produções audiovisuais de artistas. O projeto terá quatro edições por ano, com diferentes curadores e artistas. 10 artists-10 films é primeira seleção do programa durante a feira Art Basel OVR: Miami Beach e inclui obras produzidas em 2020 por nomes como Rivane Neuenschwander e Cao Guimarães, Jac Leirner e Tamar Guimarães. A dupla Bárbara Wagner e Benjamin de Burca apresenta o vídeo inédito One Hundred Steps, que transita entre o documentário e a ficção ao abordar a relação de 20 bailarinos de diferentes nacionalidades. 

Da série Parergon (2018-2020), de Roberto Winter (Foto: Cortesia do artista)

LISBOA
Dopamine Fest – Mínimo Global
Por ocasião da individual de Roberto Winter, em cartaz de 3/12 a 28/2/2021 nas Galerias Municipais, será publicada uma monografia do artista, com edição de Júlia Ayerbe, curadora da exposição. As esculturas e filmes da mostra discutem nossa capacidade de distinguir entre ficção e realidade e a publicação conta com contribuições de Caroline Campbell e Denis Maksimov, além de prefácio de Tobi Maier.