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Onça-Pintada Rio Paraguai Serra do Amolar Mato Grosso do Sul (2018), de Araquém Alcântara (Foto: Everton Ballardin/ Divulgação)
Postado em 26/05/2021 - 7:30
Agenda do fim do mundo (26/5 a 2/6/2021)
Documenta Pantanal, Crítica e Curadoria Dentro e Fora do Eixo e Irmãos de Barco de Tiago Sant'Ana são alguns dos destaques da semana
Da redação

“O que quer que representasse no passado, a ideia de conteúdo é hoje principalmente um incômodo, um inconveniente, um convencionalismo sutil ou nem tão sutil. Embora a corrente evolução de muitas artes pareça nos distanciar da ideia de que uma obra é fundamentalmente seu conteúdo, essa ideia continua exercendo uma extraordinária hegemonia. (…) Quando reduzimos a obra de arte ao seu conteúdo e depois interpretamos isto, domamos a obra de arte. A interpretação torna a obra de arte maleável, dócil.”
Susan Sontag em Contra a Interpretação, 1964

ON-LINE
Artistas pelo Pantanal
O Documenta Pantanal movimenta o mercado de arte numa corrente de solidariedade em prol da preservação do ecossistema pantaneiro que teve cerca de 4 milhões de hectares atingidos em 2020 por queimadas, correspondendo a 26% do bioma. O projeto de captação e vendas de obras de arte reúne artistas, galerias e compradores com o objetivo de arrecadar um fundo de 2 milhões de reais para compras de equipamento, formação e manutenção de brigadas voluntárias anti-incêndio na região do Pantanal pelo período de três anos. São 42 obras de artistas de renome que podem ser adquiridas.

Capa (Foto: Divulgação)

LIVROS
Crítica e Curadoria Dentro e Fora do Eixo – Operação Resistência
O programa #GaleriasdoParque, da Casa de Cultura do Parque, promove o lançamento virtual do livro da crítica e curadora de arte Ana Avelar. Para debater os textos da publicação e analisar o lugar da crítica de arte na atualidade, a autora conversa com os artistas visuais Claudio Cretti, Gustavo Von Ha e André Parente, a diretora do MAC-USP Ana Gonçalves Magalhães e a organizadora do livro Marcella Imparato. Durante o lançamento serão levantadas questões relativas à crítica e a curadoria na atualidade, tendo em vista sua possibilidade como ativismo político, seus espaços de experimentação e suas possibilidades de resistência artística. O bate-papo acontece dia 27 de maio, às 19h, no YouTube e Facebook da Casa.

Capa do Podcast (Foto:) Divulgação

PODCAST
Arte da Gente, Instituto Inclusartiz
Uma boa conversa que torna acessíveis temas importantes da arte e da cultura. Esse é o podcast Arte da Gente, do Instituto Inclusartiz, que tem como objetivo ampliar vozes através de conversas com artistas, curadores, pesquisadores e demais atuantes no meio artístico. Questões ligadas ao Instituto e ao contexto atual, tais como educação, meio ambiente, intercâmbio, diversidade, sustentabilidade e inclusão social são abordadas em entrevistas envolventes com os participantes. O podcast pode ser acessado pelo Anchor ou pelo Spotify.

Rota de fuga (2021) (Foto: Divulgação)

EXPOSIÇÕES
Irmãos de Barco, de Tiago Sant’Ana
Tiago Sant’Ana investiga a imagem do barco e seu imaginário como meio de transporte e como local e máquina que, durante a diáspora africana, contribuiu com um violento processo de colonização. O título da exposição imagina e ficcionaliza a criação de uma grande família mediada pelo balanço do mar em travessias forçadas. Ao mesmo tempo, remete ao fato de nas religiões afro-brasileiras se dizerem “irmãos de barco” as pessoas que passam pelo processo de iniciação e renascimento em um mesmo período. Em obras como “O barco de açúcar”, Sant’Ana se utiliza da escultura e da fotografia para sintetizar o conceito central da mostra, explorando três símbolos caros dentro da sua poética: a embarcação, o corpo e o açúcar. Galeria Leme, de 29/5 a 23/7.

Selva Azul (2020), de Leda Catunda (Foto: Ding Musa / Divulgação)

Outono, de Leda Catunda
Para Ricardo Bezerra, artista e professor da Escola de Belas Artes da UFBA, a individual de Leda Catunda, “Deve nos motivar a refletir sobre a construção do nosso olhar, procurar anular nossa referência para que possamos olhar as coisas como se fossem a primeira vez. Devemos buscar em nós aqueles “”olhos de criança”” que Henri Matisse nos convidou ter para, quem sabe, construir uma nova imagem do mesmo mundo que supomos ser conhecido por nós.”” Para Bezerra, a exposição que reúne trabalhos criados em 2020 e 2021 pela artista paulistana  mostram a maturidade artística e a liberdade profunda e inexplicável de Leda Catunda. Na Paulo Darzé Galeria, em Salvador.

Sem Título (2021), de Paulo Whitaker (Foto: Filipe Berndt / Divulgação)

A Ressignificação da Forma Dessignificada, de Paulo Whitaker
Elaboradas durante residência na Art Farm Project, em São Paulo, as 8 pinturas de grande formato, são acompanhadas de um conjunto de pinturas menores. Como se compusesse uma música instrumental, Whitaker constrói a pintura e o desenho a partir de seus elementos básicos, partindo da superfície como palco, mas deixando de fora a narração. O artista dessignifica as formas para ressignificá-las no olhar do espectador e, em suas palavras, busca “imagens que me deixem em estado de suspensão, uma situação estável/instável, que me criem um certo desconforto e alguma plenitude – se temporária ou permanente, o tempo me vai dizer”. Abertura dia 29/5 na Galeria Millan, das 11h às 15h. Até 26/6.

Escultura sem título de Marcelo Lago em frente à Casa de Petrópolis (Foto: Mariana Rocha / Divulgação)

Parque de Esculturas no Jardim de Glaziou
Mostra celebra a escultura como uma das manifestações artísticas mais cultuadas ao redor do mundo e tem como objetivo proporcionar, de forma segura, uma experiência presencial de intensidade plástica a céu aberto, numa atmosfera de cruzamentos espaço-temporais entre o Jardim Glaziou dos séculos 19 e 21. A exposição reúne obras de 26 artistas de Petrópolis e do Rio de Janeiro, e conta com a curadoria de Marcelo Lago. No dia 30/5 acontece a abertura da exposição gratuita e a céu aberto na Casa de Petrópolis.

Tapeçaria (c. 1930) de Regina Gomide Graz (Foto: Divulgação)

Desafios da modernidade
Com as celebrações do centenário da Semana de 1922 em vista, o Museu de Arte Moderna de São Paulo lança luz sobre as interfaces entre artes visuais e design. A exposição carrega o subtítulo Família Gomide-Graz nas décadas de 1920 e 1930 e apresenta artistas como Antonio Gomide, John Graz e Regina Gomide Graz, figuras pioneiras no art déco e na introdução das composições geométricas abstratas no Brasil por meio de objetos utilitários. De acordo com a curadora Maria Alice Milliet “”Pode-se dizer que suas criações são solidárias, na medida em que pinturas, desenhos, tecidos, mobiliário e luminárias foram projetados para compor determinados ambientes, para funcionar em conjunto. É arte integrada ao espaço habitado e como tal será mostrada””. Até 15/8 no MAM-SP.

O Rio Que Nos Une (Foto: Foto Caio Vallim)

O Rio Que Nos Une
Com a reabertura gradual dos equipamentos culturais na cidade, as Oficinas Alfredo Volpi, em Itaquera, apresentam a exposição coordenada pelo grupo O Fio Que Nos Une. Entendendo a importância de se manter firme e unido frente às adversidades, o grupo decidiu realizar uma produção que reforçasse os laços de cuidado e afeto: “A ideia era que esse rio pudesse criar um movimento de trocas e encontros e metaforizar as conversas que temos nos encontros presenciais do grupo, sempre tão acolhedoras”, explicam. O resultado, um rio confeccionado durante o ano de 2020 com a ajuda de Coletivo Meio Fio, Rochele Beatriz, Serena Labate, Ana Martins Marques, Julia Panadés, foi um encontro da arte e da poesia. De 1 a 30/6.

Lacrima Christie (1989), de Cristina Canale (Foto: Flavio Freire / Divulgação)

Electric Dreams
A mostra coletiva com curadoria do Raphael Fonseca, reúne trabalhos de dez artistas de diferentes gerações e regiões do país que nos remetem à fisicalidade e ao corpo humano, ao mesmo tempo em que evocam uma atmosfera onírica. Ana Cláudia Almeida, Victor Arruda, Thiago Barbalho, Lia Menna Barreto, Cristina Canale, J. Cunha, Virgílio Neto, Renato Pera, Kauam Pereira e Maya Weishof são os artistas que integram a exposição na Nara Roesler, Rio de Janeiro. Abertura 29/5.

Letra da música A Casa, manuscrito de Vinicius de Moraes (Foto: ©️VM Cultural Direitos Reservados)

ONLINE
Acervo Digital Vinicius de Moraes
No final da década de 80 a família de Vinicius de Moraes (1913-1980) fez uma doação de mais de 11 mil documentos de seu acervo pessoal ao Arquivo do Museu de Literatura Brasileira da Fundação Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro. Em 1992, o arquivo ficou disponível para consulta pública e, hoje, ganha um site criado para o projeto, idealizado e coordenado por Julia e Marcus Moraes, neta e sobrinho-neto de Vinicius. No site é possível acessar documentos como, poemas, textos em prosa, letras de música, peças, roteiros, discursos, notas e cartas que revelam amplas trocas intelectuais ao longo de quase 50 anos.

(Foto: Divulgação)

Ocupação Imagética Entranhamentos
Convocatória aberta busca 5 artistas que tenham a imagem como objeto de pesquisa. A coletiva busca investigar novas possibilidades de exibição e fruição e ocupará as dependências de uma residência particular. As imagens serão incorporadas aos espaços da casa criando diálogos singulares entre as obras e os cômodos de um lar verdadeiramente habitado. O espaço não será fisicamente ocupado e nem visitado. Destinado a artistas maiores de idade com residência comprovada nas regiões periféricas da cidade de São Paulo e região do ABCD (Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema). Inscrição até 12/6.

(Foto: Divulgação)

INSCREVA-SE
Oficina de Dança Sobrecorpos
O laboratório de criação em dança contemporânea tem como objetivo investigar os efeitos do “livre arbítrio” corporal. A experimentação do corpo que busca desvios, rotas, equilíbrio, quedas, suspensão, soltura, instruções, direções, palavras, frasee e labirintos, e as alterações provocadas pelo contato com um outro corpo, serão focos da oficina dirigida por Daniela Alves. A oficina é gratuita e virtual e voltada para profissionais da dança, estudantes, artistas e pessoas interessadas na arte do movimento. Nos dias 11, 12 e 13 de junho, das 16h às 18h. Inscreva-se até 5/6.

(Foto: Divulgação)

Núcleo Bartolomeu de Depoimentos 20 Anos
Para rever conceitos que estiveram presentes em seus 20 anos e ampliar as vozes de contato, o Núcleo Bartolomeu traz artistas com outros pontos de vista para o debate. Nos dois últimos encontros o tema Novos Imaginários é debatido por Luh Maza e Marcelino Freire, com mediação de Roberta Estrela D’Alva. O tema Dramaturgia Cênica: A Cena Expandida, é debatido por Georgette Fadel e Carolina Bianchi, com mediação de Claudia Shapira. Além dessas atividades, que acontecem dia 31/5 e 7/6, respectivamente, é possível acompanhar leituras dramáticas das principais obras dramatúrgicas do coletivo e lançamento de livro com suas 14 peças.

A atriz Saadia Bentaïeb, em cena de Trópico Fantasma (Foto: Divulgação)

FILMES
Trópico Fantasma
Khadija, de 58 anos, adormece no trem depois de um longo dia de trabalho. Quando acorda no final da linha, não tem escolha a não ser voltar para casa a pé. Em sua jornada noturna, ela pede ajuda e também ajuda os outros habitantes da noite, seguindo seu caminho para casa. Dirigido por Bas Devos o filme é uma prova do drama cotidiano da vida dos imigrantes e aborda a possibilidade de bondade e beleza, mesmo na escuridão da noite. A estreia acontece às sextas-feiras na Supo Mungam Plus, plataforma brasileira de streaming focada em cinema independente e autoral.

Cena do filme Uma Estrela no Quintal (Foto: Divulgação)

Curtas na Semana Mundial do Brincar no SescTV
O Sesc comemora a Semana Mundial do Brincar com festival de curtas-metragens de animação. A programação tem como objetivo encantar crianças e adultos e destacar a importância do bricar. São destaques da mostra. Camilo, un Niño Ciego, Ryoko, Josué e o Pé de Macaxeira, Animando, Primeiro Movimento, Super Plunf, O Menino que Sabia Voar, Lipe, Vovô e o Monstro, Uma Estrela no Quintal e A Menina da Chuva. Disponíveis no SescTv até domingo, 30/5.