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Obra de Myriam Peixoto | Foto Camila Bôrtolo Romano
Postado em 01/12/2021 - 11:28
Agenda para adiar o fim do mundo (1 a 8/12)
Arte postal e outros destaques da semana
Da redação

O objetivo do urbanismo comum é pensar que pessoas e comunidades sejam responsáveis e protagonistas da política. Para isso, é necessário haver uma mudança de valores nos quais a vida e o planeta estejam no centro. A defesa do comum enfatiza a vida cotidiana, uma vez que nem o Estado nem o mercado podem se aproximar tanto da qualidade de vida do dia a dia, dos cuidados pessoais e dos espaços de reprodução e da proximidade. […] Se a luta pela igualdade é autêntica, ela surge da iniciativa das mulheres: portanto, é feminista. A defesa do comum está relacionada às ideias ecofeministas e às noções de interdependência e ecodependência. – Josep Maria Montaner em colaboração com Zaida Muxi, em Política e Arquitetura: Por um Urbanismo do Comum e Ecofeminista

Da Bienal ao Centro Cultural São Paulo: 40 anos de Arte Postal
A mostra celebra a exibição de Arte Postal na XVI Bienal, trazendo ao público um significativo conjunto de obras do gênero – conhecido também como mail art ou arte correio – que integram a Coleção de Arte da Cidade. A curadoria de Camila Bôrtolo Romano, Maria Adelaide Pontes e Maria Olímpia Vassão, apresenta 420 peças configuradas em dois núcleos: o Núcleo I, com 320 trabalhos da XVI Bienal; e o Núcleo II, que reúne 100 peças do Escritório de Arte Postal. “A retrospectiva tem o intuito de apresentar ao público a Arte Postal a partir de 1981, quando exposta na Bienal de São Paulo curada por Julio Plaza, e seus desdobramentos no campo artístico e museológico.”, afirmam as curadoras. Ainda, é inaugurada plataforma online que disponibiliza o acesso de forma integral à catalogação da coleção de Arte Postal proveniente da Bienal, através do site. Em cartaz até 15/5/2022.

Obra de Natália Lage | Foto Divulgação

ABERTURAS
Corda Bamba, de Natália Lage
“O título diz respeito ao salto que estou dando nesse novo espaço, ao improviso, risco, liberdade e instabilidade que as obras representam.”, diz a artista carioca que, no próximo sábado, 4/12, das 14h às 19h, abre sua primeira individual na galeria Pop Up, no Rio de Janeiro. Lage apresenta cerca de 20 pinturas datadas dos últimos dois anos, quando, depois de investigar os processos de colagem, debruça-se sobre a produção pictórica em técnica mista. O público também pode conferir uma videoinstalação, realizada em parceria com o fotógrafo Ernesto Baldan. Entrada gratuita. 

Museu Judaico de São Paulo | Foto Fernando Siqueira

Museu Judaico de São Paulo
Após 20 de planejamento e mobilizações, o MUJ abre para visitação a partir do dia 5/12. Da Letra À Palavra inaugura o espaço expositivo com obras de 32 artistas, como Artur Bispo do Rosário, Carmela Gross, Anna Maria Maiolino, Arnaldo Antunes, Denilson Baniwa, entre outros, propondo diversidade poética e indagações teóricas. A mostra investiga as relações entre escrita e arte contemporânea a partir da imagem e texto e a palavra e desenho. Curadoria de Lena Bergstein e Sergio Fingermann. Além de quatro andares expositivos, os visitantes também têm acesso a uma biblioteca com livros para consulta.

Vista da mostra na Japan House SP | Foto Estevam Romena / Divulgação

EM CARTAZ
Simbiose: A Ilha que Resiste
Com curadoria de Yuko Hasegawa e expografia da arquiteta Kazuyo Sejima, o projeto reúne obras, fotos, vídeos e depoimentos de moradores de Inujima, pequena ilha localizada no Mar Interior de Seto, no Japão. A mostra, em cartaz na Japan House São Paulo, busca provocar discussões acerca da revitalização regional por meio da arte e cultura, retratando as alterações da paisagem industrial da ilha. Ao dar ênfase nas representações arquitetônicas do espaço geográfico do local, propõe-se maneiras alternativas de se relacionar com o entorno. Entrada gratuita. Até 6/2/2022.

Bordado (2021), de Carla Chaim | Foto Divulgação

Febre, de Carla Chaim
Em sua terceira individual na Galeria Raquel Arnaud a artista mostra obras produzidas principalmente durante o período de isolamento social, que marcam uma nova fase em seu trabalho. Uma grade penetrável de madeira, de aproximadamente dez por dois metros e meio foi o dispositivo desenhado por Carla Chaim para abrigar uma série de desenhos recentes, o que provoca uma tensão entre a austeridade do suporte e a fluidez orgânica dos trabalhos. “Nos últimos anos que se passaram, dentro dessa situação atípica em que nos encontramos hoje, com o furor de colapsos políticos, estéticos, econômicos e de saúde pública, com nossos corpos sendo submetidos à situações drásticas, a minha rotina no ateliê, processo criativo e lógica de produção foram, inevitavelmente, intensificados, dada a característica potência da arte na criação de novas realidades. Diferentes tipos de experiências corporais de desenho e performance, envolvendo a experiência com novos materiais, diferentes tipos de suporte, fazeres ainda não explorados, e a inserção do corpo em situações que investigam as potências dos seus limiares, foram tecidas com grande entrega, resultando em uma série extensa de trabalhos. Irrompeu, também, o meu interesse pelo vermelho, cor do sangue que corre por todos os nossos organismos, tida por diversas culturas como símbolo de urgência, intensidade e confronto”, afirma a artista. Até 18/12.

Projeto de Vão, Dissociação (2021) | Foto Divulgação

Mosca Branca, de Henrique Cesar
As investigações acerca do círculo da vida e das construções do homem delineiam a mostra do artista paulistano, em cartaz na galeria Vermelho. Cesar discorre sobre as oposições que compõem a ação do homem sobre os diferentes biomas e a transformação provocada por essas mudanças: na fachada do local, o visitante vê a instalação Dissociação, baseada no deslocamento e aterramento do poste de iluminação da praça que separa o espaço público da rua do espaço privado da galeria. Até 29/1/2022.

Monte, de Lucas Länder | Foto Divulgação

ÚLTIMOS DIAS
Imanência, de Lucas Länder
Em cartaz até 4/12, a mostra do artista paulistano é composta por desenhos em grafite, nanquim e veladura de cera sobre papel, permeando questionamentos dicotômicos sobre a memória. Para a individual, o curador Paulo Azeco define recorte da produção de 2005 até 2021, resultando em 35 obras que abordam discussões atuais e questões contemporâneas. Na Galeria Base, em São Paulo.

Agoniza mas Não Morre (2021), de Felippe Moraes | Foto Divulgação

Samba Exaltação, de Felippe Moraes 
A segunda exposição individual do artista no MAC-Niterói é parte da programação especial de celebração dos 25 anos do museu. A mostra reúne um panorama dos trabalhos em néon produzidos pelo artista desde 2019, inéditos no Rio de Janeiro. Instalados na área externa diretamente sobre a arquitetura do museu, trazem citações de compositores como Caetano Veloso, Paulinho da Viola e Nelson Sargento, aludindo ao carnaval ausente, à pandemia e ao atual contexto histórico e social do Brasil. Até 7/12

Quitanda (2015), da série Areia movediça, de Talita Hoffmann | Divulgação

LITERATURA
Vagalumes 21
No dia 12/12, acontece o lançamento da publicação fine art, projeto do artista e curador Sergio Maurício Manon, idealizador da Santa Art Magazine. O editorial reúne trabalhos de 21 artistas visuais de diferentes gerações e regiões do país, conectadas à ideia de forças poéticas e resistência. Cerca de 80 criações de nomes como Antonio Bokel, Flavia Junqueira, Jaider Esbell, Pedro Varela, Rodolpho Parigi e Walmor Correa, entre outros, integram a publicação. O lançamento é realizado ao ar livre, na praia do Leblon, às 18h. Artistas estarão presentes no local para assinar os exemplares. R$ 180,00, 184 págs.

A Mulher e um Corpo | Foto Divulgação

TEATRO
A Mulher e um Corpo
“Falamos da mulher e seu direito a ser dona de si e de seu corpo. Uma mulher que, no ato de definir seus caminhos, ato puro e necessário de autonomia e individuação é julgada e punida como uma criminosa que ultrapassa o campo da individualidade e ameaça o poder do Estado”, ressalta Kiko Marques, que assina a dramaturgia. Escrito a partir do relato feito por um desembargador do tribunal de justiça, o espetáculo, com duração de 60 minutos, apresenta a figura de uma mulher ao lado de um corpo desconhecido em decomposição coberto por sacos de lixo em uma comunidade periférica de São Paulo. A peça, com direção de Eric Lenate, tem temporada presencial até 16/12, no porão Teatro Sérgio Cardoso, e temporada online via Sympla Streaming até 23/12. Ingresso gratuito via https://www.sympla.com.br/a-mulher–e-um-corpo—temporada-online__1429554