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Utopia Original (2021), de Hal Wildson [Foto: Divulgação)
Postado em 01/06/2022 - 2:49
Agenda Para Adiar o Fim do Mundo (1 a 8/6)
Primeira individual de Hal Wildson, mostra de Drica Aidar e edital do coletivo feminista Vozes Agudas estão entre os destaques da semana
Da Redação

Re-Utopya, de Hal Wildson
Sediada na Galeria Movimento, a partir de 9/6, primeira grande individual do artista goiano reúne obras em diferentes suportes que articulam uma revisão crítica da história do Brasil. Conhecido por imagens criadas a partir de uma datilografia ilustrativa, a mostra, com trabalhos recentes e inéditos, apresenta questões acerca da palavra, memória, esquecimento e identidade para pensar em um futuro possível, tendo em vista fatos sócio políticos do país em que vivemos. Trabalhos como a série Afluentes (2020-2021), composta por quatro pinturas de rostos de pessoas negras e indígenas sob mapas do Brasil; Re-Utopya – Estrada para Pindorama (2021), fotografia de uma criança enrolada na bandeira nacional em que se lê Re-Utopya ao invés de Ordem e Progresso e que parte do valor de venda será revertida para a aldeia Rio Silveira, da etnia guarani mbyá, em São Sebastião, e Monumento à Independência (2020-2022), instalação em que Wildson faz releitura de bandeiras do Brasil que já existiram ou ficaram como projetos, questionam a crise de identidade do Brasil e a construção de uma independência que está em processo de ser. ”Hal Wildson faz parte da geração de jovens artistas brasileiros que realiza trabalhos politizados, operando ora em confronto com os poderes constituídos, ora dando voz aos silenciados e rosto aos invisibilizados, ora inserindo mensagens avessas ao colonialismo ou ao obscurantismo”, escreve Divino Sobral, artista visual e curador independente, no texto crítico.

Fotografia de Porta do Inferno, de Nina Lins, montada em 2021 no Centro Cultural da Diversidade [Foto: Claudia Guimarães/Divulgação]
ABERTURAS
Nós Dizemos Resistência
O Centro Cultural da Diversidade recebe, a partir de hoje, 1/6, primeira exibição das obras de seu acervo com trabalhos de Eleonora Fabião, Felippe Moraes, Mari Memo, Micaela Cyrino, Nina Lins e Rhebeca Luiza. Idealizado por André Fischer, diretor do CCD, e texto de Ana Carla Soler, a mostra busca receber novos artistas para integrar a coleção do espaço cultural, compondo uma seleção de trabalhos de artistas contemporâneos preocupados com a visibilidade do coletivo e de ações que promovam a integração de todos os indivíduos da sociedade, em especial – mas não apenas – da produção LGBTQIAPN+ no Brasil.

Fotografia de Drica Aidar [Foto: Divulgação]
I N T E R I O R, Revisitando Meu Olhar, de Drica Aidar
A fotógrafa paulistana apresenta série de paisagens que remetem à sua infância em Álvora, cidade que abrigava a fazenda de seu avô, no Bar Balcão, a partir de 21/6. Cinco quadros e vinte fotos compõem a narrativa rural nas quais Aidar deixa transbordar sensações, sentimentos e sua paixão pela natureza. A textura, odores e a luz natural foram as melhores companhias para captar as nuances das obras em exposição, que dividem espaço com pintura do artista pop Roy Lichtenstein. Drica Aidar já capturou cenas da arquitetura de Oscar Niemeyer, esculturas de Victor Brecheret, lugares icônicos do centro da cidade de São Paulo, como a Galeria do Rock ou a Torre do Banespa, e muitos outros pontos que contribuiram para seu  olhar vivo sobre a cena urbana e rural.

Prosperidade São Lembranças e Escolhas (2022), de Castiel Vitorino [Foto: Divulgação]
Atos Modernos
Resultado de parceria entre a Pinacoteca de São Paulo e Coleção Ivani e Jorge Yunes, a mostra, com abertura neste sábado, 4/6, apresenta um conjunto de cinco obras inéditas, dos artistas Castiel Vitorino Brasileiro, Mitsy Queiroz, Luciara Ribeiro, Olinda Wanderley Tupinambá e Charlene Bicalho. A seleção foi feita pela Curadora de Pesquisa e Ação Transdisciplinar Coleção Ivani e Jorge Yunes, Horrana de Kássia Santoz.
”As obras procuram discutir aspectos da modernidade na produção e no pensamento contemporâneo em um ano de marcos importantes, tratar das contradições e das memórias que nos constituem torna-se urgente”, afirma. Em vigor desde 2021, o objetivo do projeto é fomentar a pesquisa e o diálogo artístico entre as duas instituições, ampliando as pontes para projetos de curadoria. Cada um dos selecionados ganha espaço na programação pública da Pinacoteca para realização de produções presenciais ou transmitidas nas plataformas digitais do museu. R$ 22

Registro de Caixa de Música, performance realizada durante Temporada de Projetos Paço das Artes, em 2017 [Foto: Divulgação/Morteza Nazeri]
O Livro do Tempo, de Christina Elias
A partir deste sábado, 4/6, às 11h, o espaço Lux Espaço de Arte abre mostra da artista em torno de sua condição de ser mulher, refletindo sobre a dinâmica entre fragilidade, opressões e força para lutar pela conquista de espaços na vida privada e pública. O corpo de Elias é o principal material de seu trabalho, usado tanto como instrumento quanto como motivo; a pele aparece em diferentes interpretações. ”A pele é a fronteira que separa o corpo individual do mundo, ao mesmo tempo que é a membrana por onde os estímulos sensoriais nos chegam. Esta pele simbólica se materializa como vestidos, que são a pele social, a imagem que transmitimos aos outros.”, escreve a artista. Ainda, no dia da abertura, a artista realiza performance às 15h. Texto de Camila Marchiori e Sylvia Werneck. No Edifício Vera, em São Paulo.

Prenha Oferenda à Deusa Sol (2022), de Assume Vivid Astro Focus (AVAF) [Foto: Casa Triângulo/Divulgação]
ArPa +MADE
A VIVA Projects, em parceria com a Allegra Pacaembu – concessionária que assumiu a gestão do Pacaembu em 2020, realizam a primeira edição da feira de arte que acontece entre hoje, 1/6 e 5/6, no Pavilhão Pacaembu, com entrada pela Praça Charles Miller. Além dos mais de 45 expositores, como Galeria Raquel Arnaud, Galleria Continua, Galeria Lume, Sé Galeria, VERVE, entre outras, a realização da feira é simultânea à MADE – Mercado, Arte, Design, feira de design que chega à décima edição. A parceria é uma iniciativa do curador de design, Waldick Jatobá. R$ 50

Grampo de Antônio Ka (2003), de Tony Camargo [Foto: Divulgação]
EM CARTAZ
Insólitos
Com a curadoria de Pollyanna Quintella, a mostra aborda o incomum e o anormal na visão de cinco artistas convidados: Daniel Acosta, Mano Penalva, Maya Weishof, Tony Camargo e Washington Silvera e outros nomes importantes do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC-PR), em Curitiba, até 31/7. Estão na exposição obras históricas de António Manuel, Cybele Varela, Henrique Fuhro, Pietrina Checcacci, Vera Chaves Barcellos, Solange Escosteguy e Ubi Bava, produzidas nos anos 1960 e 1970, período de experimentação artística e de luta sociopolítica, que fazem parte do acervo do MAC Paraná. Ainda, a mostra inaugura o Clube de Colecionadores do MAC Paraná, que visa incentivar o colecionismo de arte contemporânea e a arrecadação de fundos para novas aquisições de obras.

Colagem de Thereza Salazar [Foto: Divulgação]
Paradoxos, de Thereza Salazar
A artista mineira apresenta, na OMA Galeria Jardins, até 17/7, desenhos e colagens criados durante o isolamento social que refletem os sentimentos deste período. No processo de criação das obras, Salazar coleta imagens retiradas de revistas, livros e publicações antigas, recortando-as e montando novas figuras, alterando seu significado original e colocando-as em novos contextos. A fantasia e ficção também acompanham a obra da artista, que ilustra animais imaginários, talismãs e outros elementos para causar estranheza ao observador.

Híbrido (2016), de Luiz Fernando Dantas [Foto: Divulgação]
Lugares, de Luiz Fernando Dantas
Botânica e geometria se encontram para dar vida à obra do fotógrafo piauiense que, em busca de novos olhares, encontrou na fotografia uma forma de transformar a paixão pela arte e natureza. Com um extenso acervo de imagens capturados ao longo de quase dez anos, a mostra reúne 14 peças que são um recorte de dois ensaios premiados do artista: Híbridos e Isola. ”Trouxemos imagens que apresentam o processo de criação e a forma como o artista enxerga a natureza. Ele abstrai a paisagem criando novas formas, com suas árvores fotografadas regular e continuamente, Luiz Fernando atua na delimitação de um lugar significante na construção do seu próprio”, escreve Rosely Nakagawa, curadora da mostra. Na galeria Estúdio 41. Até 16/7. 

Frame de Escrita Íntima (Vieirarpad), de João Mário Grilo [Foto: Divulgação]
CINEMA
Escrita Íntima (Vieirarpad), de João Mário Grilo
A Cinemateca do MAM Rio apresenta, em 7/6, o longa-metragem de coprodução Brasil-Portugal, com lançamento nos cinemas brasileiros a partir de 9/6. Através do gênero documentário, o diretor apresenta a história pessoal e da época por meio da correspondência de Vieira e Arpad entre 1932-1961. O olhar de JMG, muito próximo da pintura e fascinado pela interação cultural, se debruça sobre a arte dos dois pintores e a ímpar história de amor que os manteve juntos durante cinco décadas e meia. O filme é uma coprodução internacional da Gullane (Brasil) com a Zulfilmes (Portugal).

Amarração – Mostra de performance do Prêmio Vozes Agudas [Foto: Divulgação]
INSCREVA-SE
Chamada 2022-2023 VoA para Artistas Mulheres e Pessoas Não Binárias
Até 5/6, o edital do coletivo feminista Vozes Agudas, organizado pelo Atelie397, está aberto para artistas mulheres e pessoas não binárias, buscando ampliar a visibilidade da citada parcela da população em âmbito nacional com diversas ações: residências, premiação, exposições, podcasts, identidade visual, entre outras. Cinco artistas ou coletivos formarão o Núcleo VoA de 2022-2023 que, além de integrarar todas as exposições desta edição junto com outras(es) artistas que irão fazer parte de mostras coletivas no Ateliê397 e no galpão da Galeria Vermelho, receberão mentoria e terão textos críticos de seu trabalho produzidos pelas integrantes do coletivo Vozes Agudas – que também farão a mediação do ciclo de debates com as(es) artistas selecionadas(es) para cada ação. Inscrições pelo link.