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Mãos (Anéis) (2014), de Efrain Almeida [Foto: Divulgação]
Postado em 22/06/2022 - 3:41
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (22 a 29/6)
Individual de Efrain Almeida, exposição coletiva do Acervo Videobrasil e espetáculo teatral no Sesc Ipiranga estão entre os destaques da semana
Da Redação

ABERTURAS
O Sexto Dia, de Efrain Almeida
A partir deste sábado, 25/6, o Museu de Arte Sacra de São Paulo abre mostra dedicada à trajetória pessoal e profissional do artista, narrando, em primeira pessoa, sua história no decorrer dos anos. Enquanto imagens, relíquias ou artefactos, os votivos são instrumentos de adoração e, por vezes, causadores de êxtase entre fiéis – no caso de Efrain, a epifania foi estética, ponto fundamental de sua produção artística. Sob curadoria de Paulo Azeco, aquarelas de beija-flor e delicadas pinturas à óleo dialogam com Cabeça-Vermelha, instalação inédita criada e pensada para esse momento específico, questionando a arte queer no contexto da Igreja, dos dogmas e da culpa cristã. R$ 6,00.

Detalhe de Fordlândia (2014), de Melanie Smith [Foto: Divulgação]
Sala de Vídeo: Melanie Smith
Com curadoria de Leandro Muniz, o MASP exibe, de 1/7 a 14/8, Fordlândia (2014), vídeo com fragmentos da paisagem industrial e natural do distrito homônimo, localizado às margens do rio Tapajós, no Pará. A obra mostra a interação entre a natureza e a arquitetura da cidade fantasma e suas formas de vida ao longo do tempo. Fordlândia foi concebida em 1927 por Henry Ford, pioneiro da indústria automobilística, como uma fábrica de extração de látex de seringueiras. No filme, Smith retrata o cotidiano dos habitantes por meio de associações livres e não sincronizadas entre imagens e sons, com montagem de cenas feitas por meio das relações de formas, texturas e cores, criando uma narrativa não linear. R$ 50.

Intervenção urbana Metem / Mamam / Matam (2022), em São Paulo, por Carlos Nunes [Foto: Divulgação]
A Ira Ria, de Carlos Nunes
A individual, em cartaz na Galeria Raquel Arnaud a partir de 7/7, conta com trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos acerca da abstração da palavra em um cenário de múltiplas narrativas. Uma das questões da atual pesquisa de Carlos Nunes é a maleabilidade e capacidade de abstração das palavras em seus diversos contextos e num mundo dominado por uma disputa de narrativa. O uso de palíndromos é a matriz da exposição, que ocupa os dois andares da galeria com propostas distintas. O andar térreo tem um tempo e um espaço específicos, como o tempo de um filme cujo título é o palíndromo que dá nome à exposição: “A Ira Ria”. Já o andar superior é OCO, um espaço dilatado pelo uso dessa palavra em todas as paredes, que sugere um vazio nessa sala. 

Still de Trans Amazônica (2013), de Luciana Magno [Foto: Divulgação]
EM CARTAZ
Reviravolta: Arte e Geopolítica no Acervo Videobrasil
Com obras do Acervo Videobrasil reunidas ao longo de 40 anos, o projeto, coordenado por Solange Farkas, divide-se em duas exposições simultâneas, no Museu de Arte do Espírito Santo (MAES) e na Galeria Homero Massena (GHM), ambos em Vitória. As mostras dão sequência a um trabalho constante da associação de olhar para seu acervo e mantê-lo vivo, debatendo temas fundamentais da contemporaneidade. “As duas exposições, reunidas sob o título Reviravolta, atestam a potência e o alcance simbólico deste acervo em duas frentes diversas. Concebidas à luz de outras reviravoltas, incluindo os períodos recentes de isolamento nos quais nos vimos obrigados, todos, a performar diante de telas e a ver o mundo através delas, revelam uma produção artística comprometida, desde sempre, em revirar nossas certezas, tratar daquilo que é urgente e nos colocar diante de novas perspectivas”, afirma a curadora. Até 10/9.

Obra de Vicente Kutka (2006) [Foto: Divulgação]
Abstração em Fricção
Com 28 artistas e cerca de 50 obras, a mostra, na Galeria de Arte André, apresenta produções de diferentes gerações, escalas e proposições da abstração no Brasil. Na seleção de artistas, feita pelo curador Mario Gioia, estão Arcangelo Ianelli, Bruno Giorgi, Diana Motta, Eduardo Sued, Emanoel Araujo, Kika Goldstein, Julia Pereira e Gabriel Nehemy, entre outros. Apesar da pintura ser o suporte predominante na exposição, há também esculturas, como as do polonês Frans Krajcberg, cuja obra apresentada na mostra esteve na 7ª Bienal de SP, em 1963. Até 23/7.

Render of Brazil Goodwill Moon River (2022), de Santiago Reyes Villaveces [Foto: Divulgação]
Simpatia Cósmica, de Santiago Reyes Villaveces
Na Casanova, o artista apresenta uma série inédita de trabalhos instalativos e desenhos produzidos nos últimos anos, acerca da cosmologia estóica e das leis naturais que regem encontros e desencontros dominados pelo acaso. A mostra apresenta desenhos em torno da Pedra Lunar da Boa Vontade, ilustrando a narrativa da chegada ao Brasil deste fragmento lunar, trazido pela missão Apollo 17, em 1973. O artista convida o espectador a sentir o equilíbrio e a delicadeza desta balança universal, sugerindo que o campo gravitacional é um espaço para ser adentrado. Até 23/7.

A Descoberta do Rio das Amazonas [Foto: Ianca Moreira/Divulgação]
TEATRO
A Descoberta do Rio das Amazonas
De 24/6 a 3/7, o Sesc Ipiranga recebe a companhia amapaense Frêmito Teatro com espetáculo que aborda temáticas ligadas ao território e às vidas que habitam a floresta amazônica. A partir dos registros históricos da primeira expedição pelo rio Amazonas, empreendida pelo espanhol Francisco Orellana, a peça busca provocar reflexões sobre a continuidade e as consequências do processo de colonização na Amazônia. Em cena, dois atores fazem pequenos esquetes, percorrendo o trajeto histórico-cronológico desde os tempos coloniais, passando pelo presente e rumo a um futuro incerto e distópico que sofre com as consequências das mudanças climáticas. R$ 40.