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Deserto in Yelo (s/d), de João Minharro (Foto: Divulgação)
Postado em 26/01/2022 - 4:13
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (26/1 a 2/2)
As exposições Foto Cine Clube Bandeirante, DesMonumento, Ka’a Corpo: Cosmovisões da Floresta são alguns destaques da semana
Da Redação

Foto Cine Clube Bandeirante: Itinerários Globais, Estéticas em Transformação
Com curadoria de Iatã Cannabrava e José Antonio Navarrete, a mostra dá ênfase à produção artística do FCCB, com um recorte de 1940 a 1980 e 137 fotografias de 40 artistas. “O Clube foi muito ativo; são eles que representam a expansão do espírito modernizador da Semana de 22”, afirma Iatã. A mostra inclui fotos que pertencem a diferentes instituições, como Itaú Cultural, Foto Cine Clube Bandeirante e coleções privadas. “Acreditamos que esta exposição irá difundir ainda mais a produção foto-clubista, além do conjunto de artistas e obras que hoje conhecemos como Escola Paulista de Fotografia modernista brasileira”, finaliza. O projeto inédito abre a programação 2022 da Almeida & Dale Galeria. Abertura em 29/1. 

Vaso de Entrada (2021), de Paula Scavazzini (Foto: Ana Pigosso)

ABERTURAS
Estranhamente Familiar, de Paula Scavazzini
O Projeto Vênus abre neste domingo, 30/1, a primeira individual da artista na galeria paulistana. Apresentando cerca de 20 pinturas, sua produção mistura influências que vão de Matisse ao rococó, atualizando o tema clássico do prazer da pintura a óleo e das possibilidades de cores vibrantes. No mesmo dia, Perfeição, mostra de Camile Sproesser, e Alibã Vuduzento Aquenda Forte, de avaf, têm seu encerramento no espaço experimental do Projeto, o Lanterna Mágica. Das 12h às 18h. Na mesma data, das 14h às 18h, a seLecT abre as portas da redação, que fica na Travessa Dona Paula, 112, vizinha das galerias Vênus, Lanterna, A Gentil Carioca SP e da Coleção Moraes-Barbosa, para o lançamento do bookzine #floresta, nossa edição especial de aniversário de 10 anos. Confira!

Desmonumento Duque de Caxias (2020), de Evandro Prado (foto: cortesia do artista)

DesMonumento, de Evandro Prado
O artista de Campo Grande radicado em São Paulo que apresentou há poucos anos, no Centro Cultural São Paulo, um verdadeiro monumento aos descalabros midiáticos cometidos na era Dilma Rousseff, na exposição Dossiê 97: Para Jamais Esquecer (2019), composta de 97 pinturas a óleo em dimensões próximas à de uma capa de revista semanal retratando uma cronologia de distorções na representação pela grande imprensa da ex-presidente do Brasil, retorna ao CCSP em inauguração neste sábado, 29/1. O assunto da série de obras expostas por Evandro Prado três anos depois de Dossiê 97 são os monumentos e o imaginário descolonial que vem colocando-os abaixo. “As aquarelas são fruto de um recorte da América do Sul, e foram escolhidas por representarem figuras de poder, de opressão e/ou colonização. São, na maioria das vezes homens brancos, militares, políticos ou monarcas. Nossos ‘heróis’: Pedro Álvares Cabral, D. Pedro I, D. Pedro II, Marechal Deodoro, Caxias, Colombo, Baquedano, Belalcázar, Castilla, Solano López… Homens que estão nas páginas dos livros por invadir, saquear, matar, torturar, exterminar, escravizar povos originários ou negros vindos da África nos últimos cinco séculos, mas, por fim, ganharam um pedestal”, afirma o artista. Abertura e lançamento do livro homônimo no sábado, a partir das 15h.

Detalhe de uma das telas de Renata Laguardia expostas na Casa do Olhar

Horizonte Premeditado, de Aline Moreno + Renata Laguardia
A exposição, com curadoria de Ícaro Vidal, abre a programação de 2022 da Casa do Olhar Luiz Sacilotto, iniciando as comemorações de 30 anos da instituição de Santo André. Aline Moreno e Renata Laguardia têm pesquisas diametralmente opostas, mas cada uma a sua maneira se debruça sobre o que seria uma paisagem hoje. Inauguração neste sábado, 29/1, das 14h às 19h. Também a partir de sábado, Laguardia participa da exposição coletiva +100 = 22/Quantos Patos na Lagoa?, na Galeria b_arco, em Sâo Paulo, das 11h às 17h. A mostra tem curadoria de Izabel Pinheiro e Renato De Cara, e reúne nomes como Alexandre Ignacio Alves, Armando Queiroz, Danilo Oliveira, Mariano Klautau Filho, Maura Grimaldi e Paulo D’Alessandro, além de Renata Laguardia, em torno do legado da Semana de 22, apresentando novas visualidades baseadas em ancestralidades e mirando um futuro mais igualitário.

4º Jantar com Afeto e Música
Em comemoração ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, a Praça Roosevelt, em São Paulo, recebe neste sábado, 29/1, o evento social voltado para pessoas trans e LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade. Realizado pela Transludica, primeira loja colaborativa trans da América Latina, durante todo o dia haverá alimentação, testes de saúde (Covid-19, HIV e ISTs), tratamento de beleza e show cultural. É possível fazer doações de qualquer valor. Também são necessários voluntários para produção no dia do evento. Contato via Instagram @transludica ou pelo Whatsapp (11) 95959-9019.

Parto (1969), de Samson Flexor (Foto: Romulo Fialdini / Divulgação)

EM CARTAZ
Samson Flexor: Além do Moderno
Conhecido como um dos pioneiros da abstração no Brasil, o pintor moldávo participou ativamente do movimento de renovação das artes visuais no país na década de 1950. Nesse sentido, a mostra no Museu de Arte Moderna de São Paulo tem como objetivo evidenciar a obra tardia de Flexor, que marca sua transição do moderno para o contemporâneo ao confrontar questões éticas e estéticas de seu tempo. “Essa é a primeira exposição que tem como foco o desenvolvimento em sua obra a partir de 1957, quando passa a rejeitar as formas estáticas em pinturas onde gradualmente predominam o gesto, a opacidade e a transparência.”, escreve a curadora Kiki Mazzucchelli. R$25,00. Até 26/6.

Obra de J. Borges (Foto: Divulgação)

Borges – O Mestre da Xilogravura
“Estou muito alegre com essa exposição. Ainda quero viver bastante, o que me inspira é a vida, é a continuação, é o movimento. É aquilo que eu vejo e sinto”, afirma o artista pernambucano. A mostra, em cartaz no Museu de Arte do Rio (MAR), apresenta coletânea de 40 xilogravuras com temas que retratam sua trajetória no cotidiano agreste, acontecimentos políticos, fatos lendários e folclóricos da vida. “Essa individual demonstra a magia da sua obra, tão importante para o povo brasileiro e para o mundo”, afirma o curador Angelo Filizola. R$ 20,00.

Pequizeiro Around (2020-21), de Mariana Serri (Foto: Divulgação)

ÚLTIMOS DIAS
O Jogo da Aurora, de Mariana Serri 
A mostra, que apresenta 40 pinturas inéditas – resultado da investigação acerca dos elementos geométricos e a cor -, fica em cartaz até este domingo, 31/1. “A forma circular solar é um elemento que se mostra em diversas pinturas, remetendo ao título e à mística infinita encerrada na estrela”, afirma a artista mineira. Texto crítico de Bia Machado. Na Galeria Marília Razuk, em São Paulo.

(Foto: Divulgação)

ONLINE
Territorial Re-Connections 
Durante as três primeiras terças-feiras do mês de Fevereiro – 1, 8 e 15/2 –  acontecem rodas de conversas com três coletivos artísticos liderados por mulheres na América Latina: Coletivo Amasijo (México), Grupo Nzinga (Brasil) e Mujeres Creando (Bolívia). O projeto, organizado pelo Museu de Arte Moderna (MoMA), em Nova Iorque, é resultado do envolvimento curatorial na instituição de Catarina Duncan, dedicada a apoiar a pesquisa artística em países latino-americanos. Ainda, em março, é lançada uma publicação digital com as imagens, receitas, escritas e desejos desenvolvidos. Inscrições pelo link .

Vila Savóia (Foto: Divulgação)

INSCREVA-SE
Residência Pororoca – Ciclo 1
Estão abertas as inscrições para o programa de residência, que propõe criar um ambiente de troca coletiva a partir das pesquisas individuais de cada artista, curador, pesquisador etc. Na programação estão previstas ações como leituras de portfólios, visitas a outras residências artísticas de São Paulo, ateliê aberto e debates. De 7/2 a 6/3, a residência localiza-se na rua Vitorino Carmilo, Barra Funda. Coordenação artística de Jéssica Lauriano e Juliana Pautilla. Curadoria de Paloma Durante.  Inscrições até 4/2 pelo link.

IMPERDÍVEL
Ka’a Corpo: Cosmovisões da Floresta
Amanhã, 27/1, às 15h tem palestra online transmitida pela seLecTV: As curadoras Sandra Benites e Anita Ekman apresentam a pesquisa curatorial da exposição Ka’a Corpo – Cosmovisões da Floresta, dialogando com o artista Denilson Baniwa e os colaboradores Carlos Papá e Cristine Takuá, do Instituto Maracá, e o historiador Freg J. Stokes, da Universidade de Melbourne, Austrália. A conversa, com mediação de Nick Hackworth, diretor da Paradise Row, girará em torno do conceito curatorial proposto por Benites, que apresenta a Arte Indígena Contemporânea brasileira como a tradução das cosmovisões das florestas que compõem o Brasil (Amazônia, Caatinga e Mata Atlântica), bem como a expressão das estratégias de resistência dos diferentes povos indígenas nesse corpo-território. Também debaterão as conexões entre Londres, cidade onde a exposição está montada, e a história da devastação da “Ka’aguy Porã” ou “Nhe’ery”: a Mata Atlântica (restam menos de 8% da floresta original no Brasil). A palestra online marca o lançamento do Festival Ka’a Corpo – Arte Indígena Contemporânea, criado em colaboração com o Instituto Maracá, em associação com a seLecT.