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A Jiboia e o Dragão, de Amaro Borges Bezerros [Foto: Divulgação]
Postado em 29/06/2022 - 5:04
Agenda para Adiar o Fim do Mundo (29/6 a 6/7)
Confira programação de aberturas, mostras em cartaz, cinema e teatro da semana
Da Redação

ABERTURAS
Bestiário Nordestino
O Museu da Cultura Cearense (MCC) abre amanhã, 30/6, mostra sobre o fantástico, o absurdo e o delirante no imaginário nordestino. Com curadoria de Rafael Limaverde e Marquinhos Abu, o recorte expositivo é fruto de pesquisa nos acervos de três museus cearenses, o MCC inclusive, resultando em trabalhos em múltiplas técnicas, entre esculturas, pinturas, gravuras em metal, escultura em barro, xilogravuras e outras, distribuídas em dois espaços. Entre os 26 artistas estão Amaro Borges, Antônio Cardim, J. Borges, Stênio Diniz, Manoel Graciano, Maria do Socorro, Luiz Hermano e Sebastião de Paula. ”Buscamos trazer o imaginário que remonta a oralidades medievais, indígenas e africanas, raízes da nossa cultura, reinventadas e ressignificadas no Nordeste, que, então, cria e recria seu próprio bestiário, constrói identidades e encanta até hoje”, afirmam os curadores.

Fotografia de Pier Paolo Pasolini [Foto: Divulgação]
Por uma Longa Estrada de Areia – La Lunga Strada Di Sabbia
Produzida pelo Instituto Italiano de Cultura do Rio de Janeiro (IICRJ) em homenagem ao centenário de Pier Paolo Pasolini, a mostra, com abertura neste sábado, 2/7, no Centro Cultural Banco do Brasil RJ, apresenta mais de 70 fotografias, vídeos, material de arquivo e documentos jornalísticos referentes à atuação do cineasta e do fotógrafo Paolo Di Paolo. A programação inclui uma retrospectiva cinematográfica composta pelo ciclo O Cinema Segundo Pasolini (no CCBB e no IICRJ) e a estreia nacional do filme-documentário Il Giovane Corsaro (O Jovem Corsário). No dia da abertura, Silvia Di Paolo, curadora da mostra e filha de Di Paolo, conduz uma visita guiada no CCBB Rio de Janeiro. Entrada gratuita.

Detalhe de Sementes da Amazônia #2 (2016-2019), de Gabriela Albergaria [Foto: Jorge Silva/ Divulgação]
Para Onde Agora? Where To Now? Aller oú Maintenant?, de Gabriela Albergaria
Com obras produzidas a partir de expedição à Amazônia, a artista apresenta neste sábado, 2/7, no Museu de Arte Contemporânea da USP, 16 trabalhos acerca de uma natureza catalogada, estudada e sentida. A mostra é dividida em três núcleos, determinados pelos procedimentos utilizados por Albergaria: sementes, que traz os vestígios do material recolhido na expedição; desenhos, que decanta em cores e formas a vivência nas margens dos rios; e matéria, que apresenta uma peça inédita com madeira coletada de podas de árvores em São Paulo e recoberta com barro. No mesmo dia, o museu inaugura Forma e Cor, exposição dedicada à obra de Maurício Nogueira Lima, com 20 serigrafias do acervo do Instituto que leva o nome do artista e uma pintura de coleção particular. Para Stela Politano, curadora do Instituto Maurício Nogueira Lima, “as serigrafias demonstram o amadurecimento do artista concreto e um momento de maior liberdade no uso e desenvolvimento das suas pesquisas cromáticas”.

Visitação durante a abertura da itinerância da 34ª Bienal de São Paulo no Sesc Campinas (2022) [Foto: Natt Fejfar/Divulgação]
Itinerância 34ª Bienal de São Paulo
Campos do Jordão e Belo Horizonte são as próximas cidades a receber itinerâncias da Faz Escuro Mas Eu Canto, com abertura hoje, 29/6, no Palácio Boa Vista, e na próxima terça-feira, 5/7, no Palácio das Artes. Este ano, as mostras foram pensadas a partir dos enunciados da Bienal, que definem eixos temáticos sem reduzir as interpretações a uma leitura única. O recorte da mostra em Campos do Jordão é organizado a partir dos Cantos Tikmũ’ũn, com trabalhos de Alice Shintani, Ana Adamović, Anna-Bella Papp, Daiara Tukano, Eleonore Koch, Jacqueline Nova, Luisa Cunha, Noa Eshkol, Regina Silveira, Sebastian Calfuqueo e Victor Anicet. Na cidade mineira, a mostra reúne três enunciados, O sino de Ouro Preto; Os retratos de Frederick Douglass e A ronda da morte de Hélio Oiticica, com obras de Ana Adamović, Andrea Fraser, Arjan Martins, Clara Ianni, Daniel de Paula, Jaider Esbell, Lothar Baumgarten, Lydia Ourahmane, Neo Muyanga, Nina Beier, Paulo Kapela e Tony Cokes, entre outros. Entrada gratuita.

Série 11 Desenhos (1958), de Marcelo Grassmann [Foto: Divulgação]
Marcello e a Biblioteca – A Formação de um Jovem Artista
Para celebrar a obra de Marcelo Grassmann (1925-2013), artista que mantinha relação estreita com a Biblioteca Mário de Andrade (BMA), fundada em 1925 – mesmo ano do seu nascimento –, a exposição apresenta a relação do artista com a biblioteca no centro de São Paulo. Inaugurando amanhã, 30/6, às 18h, na BMA, obras e livros raros, que foram referência na produção do artista, pertencentes aos acervos da BMA e do Núcleo de Estudos Marcello Grassmann, dividem o espaço com gravuras do próprio artista. Na abertura da exposição, o Núcleo lança o Livro dos Afetos, de Leon Kossovitch, Denis Bruza Molino e Ana Godoy, que fomenta um itinerário complementar, transformando a relação do público diante da vida e da obra do artista em visita à mostra. Integra a programação uma mesa de debates, no dia 20/7, com o curador Fabrício Reiner, as artistas visuais Néia Ferreira Martins e Helena Freddi, com mediação de Leandro Muniz, colaborador da seLecT e curador assistente do MASP.

Seixo, de Lucas Lander [Foto: Divulgação]
EM CARTAZ
(A) Parte do Todo
”A importância do coletivo está centrada no valor artístico das partes; histórias pessoais se entrelaçam e tecem um ‘mosaico narrativo’ único e harmônico”, escreve o curador Daniel Maranhão, sobre a mostra em cartaz na Galeria Base, até 12/8. Com 32 trabalhos em técnicas e suportes variados, como xilogravura, cerâmica, pintura, colagem e fotografia, a proposta é pensar paredes temáticas, de modo que cada uma estabeleça um diálogo entre artistas, movimentos e momentos da história da arte brasileira, abrindo discussões possíveis e relacionando trabalhos aparentemente apartados. Entre os artistas estão Anna Bella Geiger, Antonio Dias, Bruno Rios, Gilvan Samico, Lucas Länder, Luiz Martins, Lygia Pape, Mario Cravo Neto e Mira Schendel.

Oca-Maloca, de Maria Tomaselli [Foto: Divulgação]
Modernismo Expandido
Denise Mattar apresenta, em mostra no Museu Nacional da República, os desdobramentos do movimento modernista em cinco estados brasileiros – Bahia, Ceará, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul – entre as décadas de 1930 e 1950. Com obras de 46 artistas, a exposição traça um panorama de como o movimento modernista se articulou, expandiu e consolidou, resgatando a história de mulheres que marcaram a produção artística do país, como Maria Tomaselli, que realizou uma síntese das raízes culturais do Brasil na obra Oca-Maloca. Até 7/8.

Carbono 14, da série Monolux (2016), de Vicente de Mello [Foto: Divulgação]
Monolux, de Vicente de Mello
No Sesc Niterói, a individual reúne fotogramas recentes e inéditos, produzidos através do contato de objetos com a superfície do papel fotográfico, em um processo que remonta à origem da fotografia. O fotógrafo utiliza madeiras, álbuns, câmeras, slides, porta-retratos, tampinhas de garrafa – e até nós de aço da operação cardíaca de seu pai – para criar as formas gráficas das imagens, em capturas que fazem não só uma homenagem à fotografia, mas também à história da arte, com alusões a artistas como Lasar Segall, Oscar Niemeyer e Édouard Manet. Curadoria de Eucanaã Ferraz. Até 6/8. 

Lingui (2021), de Mahamat-Saleh Haroun [Foto: Pili Films/Divulgação]
CINEMA
Mostra de Cinemas Africanos 2022
Entre 6 e 20/7, São Paulo recebe o festival, que traz cerca de 50 títulos de 20 países africanos, com destaque para a produção feminina e filmes inéditos no Brasil, além de atividades paralelas como debates, masterclasses, e a exibição online de curta-metragens, realizada pelo Sesc São Paulo. A programação circula por seis espaços da capital paulista – Cinesesc, Sesc Avenida Paulista, Goethe-Institut, Cinusp e Circuito Spcine (Sala Lima Barreto e Biblioteca Roberto Santos), com exibições de filmes e atividades paralelas. A mostra acontece, concomitantemente, em Curitiba, de 7 a 13/7. R$ 24. 

[Foto: Divulgação]
TEATRO
Garotas Mortas
A Palabrería, coletiva de mulheres artistas que pesquisa o hibridismo entre teatro, literatura, performance e vídeo, estreia amanhã, 30/6, às 21h, no Teatro Cacilda Becker, a adaptação do livro homônimo da escritora argentina Selva Almada, no qual investiga três feminicídios, não resolvidos, ocorridos nos anos 80. Temporada até 24/7, com sessões de quinta à sábado, às 21h, e domingo às 19h. Entrada gratuita.