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Postado em 12/08/2015 - 7:46
Autêntico e organizado
Luciana Pareja Norbiato

Banco de dados Museu Digital, implementado no Brasil pelo Instituto Plano Cultural, faz a catalogação completa de coleções de arte em interface online conectada internacionalmente

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Legenda: O Goethe-Museum, de Düsseldorf, que faz parte da lista de instituições do site (foto: Jörg Wiegels/Wikimedia Commons)

Ao bater na porta do Museu Nacional de Belas Artes em busca do Nonato, software de catalogação de coleções de arte da instituição, o historiador da arte e empresário Rafael Raddi recebeu como resposta um “nada consta”. “O software disponível já não estava mais em utilização esperando a chegada da nova versão, mais moderna e funcional. Que não existe ainda, deve ficar pronta só no ano que vem”, ele comenta.

Com a demanda de catalogar e autenticar uma coleção de cerca de cem obras de um discreto colecionador de Brasília, Raddi apelou então para o outro país em que vive, a Alemanha. Pediu ao Instituto Museológico de Berlim autorização para utilizar o Museum Digital, um banco de dados virtual concebido para cadastrar as obras de todas as coleções públicas da Alemanha. A condição estabelecida foi a de que o historiador se encarregasse de traduzir a plataforma para o português. Com isso, o Museu Digital brasileiro está prestes a entrar no ar (9 de setembro, junto com a ArtRio), inicialmente contando com catalogação da coleção anônima brasiliense.

Tanto para o público em geral quanto para pesquisadores e o próprio colecionador, o serviço é providencial. “O público e os curadores podem acessar o site sem custo, fazendo pesquisas por instituições, coleções e mesmo temas. Todos os museus incluídos na rede, mesmo os de fora do Brasil, constam no mesmo catálogo, então há uma complementaridade de informações e a possibilidade de pesquisar obras e temas em instituições do mundo inteiro”, diz Raddi. 

Evidentemente, a amplitude do catálogo virtual depende da adesão paga de colecionadores e instituições. Mas o serviço prestado por Raddi vai muito além da mera inclusão das obras na plataforma. “Fazemos o laudo da obra, com a descrição completa de seu estado de conservação e de suas características, traçamos o percurso feito pela obra nas exposições de que participou e conferimos um certificado de autenticidade. Depois desse processo, geramos um QR Code que é anexado a um ponto oculto da obra pelo qual é possível rastreá-la em caso de roubo.” 

Para o colecionador que fizer parte do banco de dados, além da interface pública do programa, há uma sala privativa com diversas ferramentas que permitem que ele tenha autonomia na administração das informações que quer passar para os visitantes ocasionais. “O proprietário pode escolher quais obras de sua coleção podem ser vistas pelo público em geral, mudar as imagens em exibição e acrescentar os dados das exposições de que a obra participar posteriormente a sua catalogação”. 

Raddi oferece também o serviço de fotografia das obras em altíssima resolução, disponibilizando no site uma imagem da obra completa e outras de detalhes importantes em tamanho grande. O preço inicial da catalogação virtual completa é de R$ 250 por obra, mas há desconto em caso de grandes coleções (entre cem e 300 obras, o valor por obra cai para R$ 200; acima de 300, para R$ 175). Para mais informações, basta entrar em contato com o Instituto Plano Cultural