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Postado em 09/05/2014 - 4:23
BR na Frieze NY
Paula Alzugaray

Projetos solo de Regina Vater, Maria Nepomuceno, Yuri Firmeza e Dora Longo Bahia se destacam na representação brasileira na Frieze New York

Tina

Legenda: Tina América, de Regina Vater, em cartaz no estande da galeria Jaqueline Martins

Um respiro na paisagem prolixa das feiras. Essa é a sensação produzida pelos estandes de galerias que optam pela exibição de individuais de artistas na Frieze Art Fair New York, que começou nesta quarta 8, com 190 galerias de todo o mundo. 

Entre as seis galerias da representação brasileira, três acertaram em optar por projetos solo. A Gentil Carioca expõe uma instalação e várias esculturas de Maria Nepomuceno. “Às vezes recebo críticas pela decisão de expor apenas um artista”, diz Marcio Botner, diretor de A Gentil Carioca. “Mas fazemos tantas feiras por ano que podemos nos dar o direito de optar por solos de artistas de vez em quando”, diz ele, que este ano participa de dez feiras no Brasil e exterior.

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Legenda: Obra de Maria Nepomuceno no estande da galeria A Gentil Carioca

A Casa Triângulo faz sua primeira participação na Frieze New York com o Projeto Ruína, de Yuri Firmeza, que investiga cenários de abandono e esquecimento na história urbana e arquitetônica. O ponto de partida são as ruínas de construções do tempo do Império, em Alcântara, Maranhão – trabalho que será desenvolvido para a 31ª Bienal de São Paulo, para a qual Firmeza foi convidado. O ponto final é um vídeo promocional de divulgação dos novos estádios construídos para a Copa do Mundo no Brasil, apropriado como um readymade.

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Yuri

Legenda: Obras do Projeto Ruína, de Yuri Firmeza, no estande da Casa Triângulo

Jaqueline Martins traz a obra de Regina Vater de volta a Nova York 40 anos depois da artista ter vivido e produzido aqui. Especialista na produção artística dos anos 1970 que ficou à margem da história, Jaqueline apresenta “Tina América” e “LuxoLixo” (Luxury Garbage), obra audiovisual realizada por Vater em 1974, a partir da documentação fotográfica do lixo urbano. A obra tem ainda um áudio realizado em parceria com Hélio Oiticica, quando ambos viviam em NY como artistas anônimos e distantes de um reconhecimento que só viria para HO após a sua morte, no início dos anos 1980.

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Vater

Legenda: Estande da galeria Jaqueline Martins, com solo project de Regina Vater

Finalmente, a Galeria Vermelho acertou ao apresentar um díptico monumental de Dora Longo Bahia que, apenar de dividir o stand com obras de André Komatsu, ganhou presença de solo project. A obra é um desenvolvimento da pesquisa da artista com imagens de guerra e violência. Trata-se da reprodução de Guernica, de Picasso, em escala real, colocada lado-a-lado com uma reprodução pictórica de uma fotografia de uma cena contemporânea de conflito. 

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Legenda: Estande da Galeria Vermelho, com obra de Dora Longo Bahia

Entre as galerias estrangeiras, a Gagosian também mandou muito bem em resumir sua participação com a série de pinturas com cândida de Ed Ruscha.

Ruscha

Legenda: Estande da Gagosian com série Bleach Paintings de Ed Ruscha

Monteiro

Legenda: Pintura de Paulo Monteiro no estande da Mendes Wood DM

Neto

Legenda: Obras de Ernesto Neto no estande da Tanya Bonakdar Gallery