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Postado em 25/11/2011 - 2:27
Carlos Casas expõe o fim do mundo
Mariel Zaso

Cineasta catalão retrata locais inóspitos no Festival Multiplicidade

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(Imagens: divulgação.)

Até 1o de dezembro, vários artistas se apresentam no Festival Multiplicidade, no Rio de Janeiro, numa agenda descentralizada que reúne cinema, performances, instalações, exposições e música, em apresentações no Oi Futuro do Flamengo, Instituto Cervantes, Instituto dos Arquitetos do Brasil e na Praça dos Cavalinhos, na Tijuca.

O destaque da programação de hoje é a abertura da exposição END, do artista espanhol Carlos Casas, no Instituto Cervantes. Fotos e video-instalações dão conta de documentar a experiência de Casas, que percorreu por 10 anos regiões inóspitas do planeta produzindo uma trilogia sobre a solidão.

“Você está vivo, você é parte de tudo, este é o sentimento nesses lugares.” Experienciando a Patagônia, o Mar de Aral e a Sibéria, Casas realizou toda a trilogia como um investimento pessoal, enquanto era artista residente e consultor criativo na Fabrica e na revista Colors. O artista não só fotografou, mas viveu literalmente na pele a solidão e a dureza das condições extremas dos sets escolhidos. Alimentou-se por um mês só de pão e marmelada no Aral, comeu baleia, foca e morsa na Sibéria, onde enfrentou chocantes 38 graus negativos. E como se não bastasse, Casas precisava manter as câmeras aquecidas junto a seu corpo, pois os equipamentos não funcionam a menos de 35 graus negativos. Acabou criando uma espécie de saco especial com a pele de morsa fornecida por um caçador de baleias na tentativa de manter o equipamento operante. 

Amanhã Carlos Casas se apresenta com o grupo carioca Chelpa Ferro, em uma performance inédita, exibindo os filmes de END com a trilha sonora recriada ao vivo, mesclando elementos sonoros captados e produzidos por Carlos com os sons experimentais do grupo.

Saiba mais:

Carlos Casas

Festival Multiplicidade