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Postado em 23/05/2012 - 2:28
Chega, Hirst
Ronaldo Bressane

“Damien Hirst é um ditador absolutista cercado por uma corte de baba-ovos”, diz Jonathan Jones no jornal inglês The Guardian

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Legenda: Two Parrots with Grotesque Baby, pintura de Damien Hirst (2010)

Mais valorizado e rico artista plástico contemporâneo, o todo-poderoso Damien Hirst tomou um belo toco hoje de Jonathan Jones, crítico de arte do jornal The Guardian. Ao visitar a nova mostra de naturezas-mortas pintadas durante duas semanas em sua vila em Devon, o crítico o comparou aos quadros kitsch perpretados pelo filho de Muamar Kaddafi. “Este é o tipo de breguice que se espera de gente desesperada como Nero ou Hitler, aqueles tiranos sem noção que acreditavam ser artistas. Não digo isso pra ser cruel. É uma analogia verdadeira: Hirst é um ditador absolutista cercado por uma corte de baba-ovos”, detona Jones. Recém-aberta na White Cube, Two Weeks One Summer é a terceira exposição de Hirst em cartaz em Londres – ele também tem uma enorme retrospectiva na Tate Modern

Jones releva ser um admirador de longa data do enfant terrible quarentão, “desde que em 1992 vi aquele tubarão abrir a bocarra para mim”, mas pede: “Pare agora, Hirst. Feche seu ateliê”. O que irrita Jones é especialmente a parca destreza técnica do artista em retratar papagaios, laranjas e borboletas – como se quisesse voltar no tempo e se apresentar como o artista realista que nunca foi. “Aos 18, você pode querer ser Hirst aos 30. Mas aos 40, Hirst quer ser o artista que ele poderia ter sido se tivesse passado a juventude desenhando dia após dia. Meio tarde para isso.” Leia o contundente artigo aqui.