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Postado em 06/05/2014 - 5:59
Choque semântico
Guilherme Kujawski

Cildo Meireles tem a sua primeira individual na Itália, co-produzida pela Pirelli, Museu Reina Sofía e Museu de Arte Contemporânea de Serralves

Legenda: O artista fala sobre a individual Cildo Meireles. Installations 

A arte brasileira continua invadindo a praia do mundo desenvolvido. Lygia Clark ganhou os EUA; e agora é a vez de Cildo Meireles, com sua primeira individual na Itália. Com curadoria de Vicente Todoli, a exposição reúne doze obras realizadas por Cildo entre 1970 e os dias de hoje, todas elas caracterizadas pelo fator imersão, tanto sensorial, como emocional. O evento acontece no HangarBicocca, espaço cultural criado em 2004 pela Pirelli a partir da revitalização do antigo complexo industrial de Ansaldo-Breda, em Milão.

O conjunto de obras é representativo e reflete os conceitos principais de sua produção. Uma delas é Amerikkka (1991-2013), instalação formada por dois planos paralelos: um deles, o superior, agrega cerca de 40 mil balas de revólver e projeteis de fuzil; outro, o inferior, é composto de 20 mil ovos de madeira pintados. É um trabalho que resume a agenda do artista, interessado em opor elementos díspares com o intuito de proporcionar – liricamente – um “choque semântico”.

A exposição fica em cartaz até o dia 20 de Julho.