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Não Deixe o Samba Morrer (2021), de Felippe Moraes (Foto: Divulgação)
Postado em 09/11/2021 - 10:51
Diálogos entre colecionador e artista
O artista Felippe Moraes e a dupla Detanico Lain participam da 3ª Edição do Colecionador, da Galeria Carbono

O projeto Edição do Colecionador consiste na colaboração entre a Galeria Carbono, em São Paulo, e um colecionador de arte contemporânea, que é convidado a selecionar um artista para o desenvolvimento de uma edição exclusiva. “O projeto cria a oportunidade de colecionadores terem uma experiência de colaboração única com artistas que acompanham e admiram”, diz a galerista Renata de Castro e Silva à seLecT.

A primeira edição aconteceu em 2019 com a colecionadora Maguy Etlin, que trouxe Rodrigo Sassi; em 2020, Georgiana Rothier convidou Regina Parra e a Vivian Caccuri. Nesta edição, Bia Yunes, colecionadora de arte e diretora da Coleção Ivani Jorge Yunes, convida Felippe Moraes e Detanico Lain. “A escolha é por colecionadores que têm um papel importante no circuito de arte contemporânea, que apoiam e difundem os artistas. Somos mais um canal de contato entre os profissionais e os interessados em entender, colecionar e pesquisar a produção de artistas atuantes”, diz Renata.

O duo de artistas brasileiros, formado por Rafael Lain e Angela Detanico, residentes em Paris, questiona o uso dos signos gráficos na sociedade, com interesse na noção e na marcação do tempo e das formas que ele pode assumir. Sua obra elabora novos sistemas de escrita, substituindo números e letras do alfabeto por outros signos da vida cotidiana. Em edição 12 cópias + quatro provas de artista, a escultura díptica

Pergunta e Resposta (2021), de Detanico e Lain (Foto: Divulgação)

é construída em metal, seguindo um código que relaciona letras e medidas. Na articulação das formas, o díptico compõe um jogo dialético: uma peça define o espaço, a outra nele se encaixa.

Felippe Moraes, carioca residente de São Paulo, transfere para a o objeto Não Deixe o Samba Morrer (2021) uma memória ao samba em um Brasil sem Carnaval. A obra pede a participação do público. Ao tocar as sete teclas da marimba com a baqueta de ponta vermelha, materializa-se a melodia da canção homônima de Edson Conceição e Aloísio Silva, que se tornou conhecida na voz de Alcione em 1975. A obra parte de pesquisa voltada para a epistemologia da razão e suas relações com espiritualidade, a mitologia e a ancestralidade, como possibilidades de reencantamento do mundo.

As obras estão em exibição no acervo e no site da galeria por tempo indeterminado.