Últimos dias: José Rufino embarca no mito homérico e constrói representação de Ulysses com material garimpado
Legenda: O Ulysses de Rufino: um gigantesco corpo de herói ocupa todo o vão central do prédio da Casa França-Brasil (Foto: divulgação)
“Mais que uma imensa escultura, Ulysses é uma odisseia pela Baía de Guanabara e pela cidade do Rio de Janeiro. É uma transmutação da Odisseia de Homero para as águas, ilhas, mangues, rochedos, rios e terras cariocas. É uma aventura que passa pelo mito homérico, pela saga do personagem de James Joyce e chega aos heróis e anti-heróis da cidade”, diz o artista José Rufino sobre o conceito por trás de sua intervenção homérica na Casa França-Brasil, no Rio de Janeiro. Na obra de 190 m³, que ocupa todo o vão central do espaço é uma espécie de recriação de Ulysses a partir de materiais garimpados no Rio de Janeiro ao longo de três meses. Madeiras, pedras, ferros, concreto, conchas, cerâmicas etc. são recuperados do descarte e reinseridos em um sistema de valores simbólicos, reciclados, portanto, material e culturalmente, para constituir o corpo do herói monumentalizado, a um só tempo relíquia e ruína.
Ulysses
Até 17 de fevereiro de 2013
Rua Visconde de Itaboraí, 78 – Centro – Rio de Janeiro
*Publicado originalmente na edição impressa #9.