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Postado em 20/10/2014 - 5:30
Espelho meu
Guilherme Kujawski

Exposição no CCBB Rio reflete sobre individualidade e exibição exacerbada na rede

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Legenda: Obra da série Retratos Anônimos, de Cláudia Jaguaribe (imagem: Divulgação)

Se representação é um dos alvos do pós-modernismo, auto-representação talvez seja a lógica cultural de um suposto pós-pós-modernismo – se é possível que essa última categoria exista (ou mesmo a primeira). Ao que tudo indica, é esse o tema central da segunda edição do Virei Viral no CCBB Rio, mostra de arte digital que entra em cartaz no dia 22 de outubro e permanece até 22 de dezembro.

Sob o título Identidades e Coletividades, os trabalhos deste ano trazem uma reflexão sobre a individualidade nesta era de superexposição (voluntária ou não). O fenômeno dos selfies, portanto, é uma das tônicas. Simulacros – reproduções ou cópias de algo que não existe – é outra. Por exemplo, a série Retratos Anônimos, de Claudia Jaguaribe (artista que participou do Imaginar é Preciso, ciclo de encontros que aconteceu durante a oitava edição da SP-arte/foto), questiona a fotografia como reprodução fiel da realidade ao retratar “rostos sem dono”.

Outro destaque fica por conta da instalação Polaroides (in)visíveis autorretrato, de Tom Lisboa. Por meio de uma chamada de participação espontânea (que terminou dia 5 de outubro), o fotógrafo paranaense retrabalhou fotos digitais enviadas pelo público, apagando o conteúdo dos rostos e deixando apenas um contorno pontilhado no produto final.

A exposição é uma realização do Estúdio M’Baraká, com co-realização da Baluarte Cultura. A curadoria da exposição é do coletivo do Estúdio, formado por Diogo Rezende, Isabel Seixas e Letícia Stallone. Leia a nota da primeira edição, aqui.