O quarto episódio de celeste traz o coletivo de poesia Anáguas em um experimento fitodramático, uma performance sonora, um êxodo: a invasão da cidade pela floresta. Tendo a peça radiofônica Guerra dos Mundos, de Orson Welles, como referência, o grupo imaginou uma narrativa onde as palavras crescessem como galhos, com ritmos distintos e vários arranjos possíveis.
Acostumados a se encontrar para discutir, em conjunto, suas produções individuais, esta foi a primeira vez que os integrantes do Anáguas assinam uma obra coletivamente. Em celeste, a leitura de poemas leva a uma peça radiofônica e culmina em uma polifonia de textos onde as vozes dos participantes se sobrepõem. A sonoridade também integra sons ancestrais a uma atmosfera futurística.
“Conversamos sobre a cidade ter se instalado no meio da floresta e pensamos no que aconteceria se houvesse um revide, se a floresta pudesse acordar e seguir um modo mais invasivo. Nossa visão da floresta não é idílica, pacífica e apartada. Vivemos impregnados pelos cursos da floresta, mesmo nas cidades”, explicam os artistas do coletivo, que é composto por Ana Cláudia Romano Ribeiro, Consuelo Lins, Ismar Tirelli Neto, Katia Maciel, Livia Flores e Rodrigo Moretti.
Neste episódio, Meno Del Picchia assina a finalização de áudio, os efeitos sonoros e a locução. A identidade visual foi criada por Ricardo Van Steen, com design de Nina Lins e a direção editorial é de Paula Alzugaray.
Sobre o coletivo Anáguas:
Anáguas é um coletivo de poesia. Não é um contrato. Não é um manual. É um exercício de paisagem composto por: Ana Cláudia Romano Ribeiro. Consuelo Lins. Ismar Tirelli Neto. Katia Maciel. Livia Flores. Rodrigo Moretti.
Reúnem-se toda quarta-feira pontualmente às 18h30. Leem juntos, escrevem separados e conversam sobre todas as coisas que escreveram separados juntos. Já realizaram uma primeira performance ao vivo e programam outras. São poetas, artistas, performers, professores, pilotos e cultivam jardins alheios.