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Postado em 14/05/2013 - 6:14
Frieze New York em doze obras
Um recorte da feira de arte novaiorquina pela ótica da seLecT
Paula Alzugaray

Peifen Sung, editora internacional da Harpers Bazaar Art China – e uma de minhas companheiras de maratona de arte na semana da Frieze New York, de 10 a 13 de maio –, me perguntou qual era meu método de visita em feiras. Eu disse a ela que a cada feira adoto uma nova ótica, que pode variar a depender, por exemplo, do tema de capa da próxima edição de seLecT. Ou de algum projeto curatorial em que esteja envolvida. Em qualquer caso, o método é o mesmo, já que os processos de seleção editorial do conteúdo da seLecT são bastante similares aos da pesquisa curatorial.

Embora a próxima edição da seLecT tenha a China como tema, o trabalho asiático que mais me chamou a atenção é de autoria de um artista coreano, Do Ho Suh. Apresentado pela galeria Lehmann Maupin, “Wieland. 18, 12159 Berlin” (2011) foi realizado durante residência em Berlim. Trata-se de uma réplica em tamanho natural de três corredores do apartamento que o artista viveu na Alemanha. Pelas mãos de Suh, a arquitetura europeia oitocentista da casa ganha contornos precisos e delicados confeccionados em tecido transparente. O apartamento de Berlim dá sequência a uma série de vários espaços arquitetônicos carregados de significados pessoais, que foram replicados pelo artista.

O deslocamento de arquiteturas é um tema reincidente na feira deste ano e esteve implícita, inclusive, na curadoria de Cecilia Alemani para o Frieze Projects (leia entrevista): em Cockpit, da artista Marianne Vitale, que se apropriou de dois fragmentos de um edifício do norte do estado de NY, e em FOOD, a mítica obra-restaurante de Gordon Matta-Clark.

Fora do espectro asiático, se destacaram para mim duas obras performáticas. “Linda”, de Daniel Firman, no stand da galeria Perrotin, de Paris, e a incrível “Ann Lee”, de Tino Sehgal, na Marian Goodman, que dedicou todo seu estande a essa performance desconcertante interpretada por meninas de 8 a 12 anos. Para uma visitante brasileira, a presença de obras de artistas brasileiros – em galerias nacionais e internacionais – é outro foco de atenção inevitável e permanente.

 

A seguir, um select de Frieze (fotos de Bia Ribeiro e Paula Alzugaray):

Obra de Do Ho Suh, na Lehmann Maupin Gallery, NY

 

Restaurante Food, de Gordon Matta Clark, recriado especialmente para a seção Frieze Projects

 

Obra de Iran do Espirito Santo, na Sean Kelly Gallery, NY

 

Obra de Jac Leirner, na White Cube

 

Obra de Mircea Kantor, Dvir Gallery, Tel Aviv

 

Obra de Rivane Neuenschwander (à esquerda) e Tonico Lemos Auad (à direita), na Stephen Friedman Gallery

 

Obra de Pablo Pijnappel, na Ambach & Rice Gallery

 

Sandra Cinto_tanya Bonakdar
Obra de Sandra Cinto, na Tanya Bonakdar Gallery

 

Obras de Ernesto Netto e Jac Leirner, galeria Fortes Vilaça

 

Obra de Tino Sehgal, na Marian Goodman Gallery

 

Obra de Daniel Firman, na Linda Perrotin Gallery

 

Obra de Arnout Minke, na Carlier Gerbauer Gallery, de Berlin