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João Fernandes, novo diretor do IMS, e Flávio Pinheiro, superintendente executivo
Postado em 16/05/2019 - 11:27
João Fernandes dirige Instituto Moreira Salles
"É importante estar no Brasil no momento", explica o curador português que decidiu deixar a subdireção do Museu Reina Sofía, na Espanha
Luana Fortes

A partir de 18 de agosto, o português João Fernandes passa oficialmente a atuar como novo diretor artístico do Instituto Moreira Salles (IMS). Após a decisão do seu antecessor Lorenzo Mammì de deixar o IMS para se concentrar em sua carreira acadêmica, Fernandes assume o cargo e deixa para trás seus seis anos como subdiretor do Museu Reina Sofía, em Madri, na Espanha.

Em coletiva de imprensa, o superintendente executivo do instituto Flávio Pinheiro afirmou que a mudança de diretores não tem relação com o quadro brasileiro atual, mas instigou seu novo colega a explicar porque deixaria a Espanha justamente agora para viver no Brasil. “É importante estar no Brasil no momento”, foi a resposta de João Fernandes, que já realizou importantes curadorias de exposições de artistas brasileiros na Europa, como de Cildo Meireles, Lygia Clark e Lygia Pape no Museu de Serralves, no Porto, em Portugal, onde trabalhou como diretor de 2003 a 2012. “Há toda uma realidade na arte brasileira que sempre foi muito importante para mim, porque ela é única”, disse Fernandes.

Até 2020, a programação do IMS segue o curso daquilo que já havia sido planejado antes da chegada do novo diretor. Estão planejadas exposições dos fotógrafos brasileiros Miguel Rio Branco e Mario Cravo Neto, além de uma grande mostra da fotojornalista americana Susan Meiselas, que esteve em 2018 no Jeu de Paume, em Paris, na França. Enquanto isso, em Madri, apesar de João Fernandes se desligar do Reina Sofía em agosto, ele permanece afrente de algumas curadorias em andamento, como a da retrospectiva do poeta e artista carioca Wlademir Dias-Pino, que faleceu em 2018 aos 91 anos.

Sobre o que esperar para o futuro do instituto brasileiro, João Fernandes aprecia a possibilidade de trabalhar com o diverso e grande acervo do IMS e que tomará esse tempo em que a agenda do espaço está planejada para pensar sobre o que virá adiante. “Não me interessa montar exposições de outras instituições, mas coproduzir projetos com esses outros lugares”, adiantou o novo diretor.