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Postado em 14/11/2014 - 7:01
Joia-conceito
da Redação

Galeria Thomas Cohn costura de forma harmônica os campos das artes visuais e design de joias

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Legenda: De autoria da artista holandesa Katja Prins, colar da série Inter-Act (2013) (foto: Cortesia galeria Thomas Cohn)

Quando encerrou as atividades de sua galeria após quase 30 anos, em 2012, Thomas Cohn alegou não ter mais nada a oferecer à cena artística contemporânea. Descobridor de nomes como Leonilson, Leda Catunda e Adriana Varejão, acreditava que, com o aquecimento do mercado brasileiro, as demais galerias estavam fazendo o mesmo trabalho de mapeamento de novos talentos de que foi pioneiro. Dois anos depois, o galerista parece ter descoberto uma linha de atuação incipiente, em que pode voltar a assumir um papel precursor: a da joalheria de arte.

Sua nova galeria é voltada para esse cenário, em franco crescimento ao redor do mundo – e praticamente inexistente por aqui. Basta ver a lista de artistas representados: Annelies Planteijdt (Noruega), Bettina Speckner (Alemanha), Beppe Kessler (Holanda), Karin Johansson (Suécia), Mallory Weston (EUA), Kadri Mälk e Tanel Veenre (Estônia), Sara Borgegard (Suécia), Myung Urso (Coreia do Sul) e Phoebe Porter (Austrália). Se aqui não soam familiares, tais nomes são premiados e têm lugar garantido em feiras próprias do setor, como Schmuck, em Munique, Sieraad, em Amsterdã, e Collect, em Londres, além de figurar em acervos como o do MoMA e do Stedelijk (Amsterdã).

Diferentemente da joalheria tradicional, o que conta na criação artística é o conceito e a inovação do projeto em detrimento dos materiais preciosos. Ouro e pedraria não predominam e abrem espaço para madeiras nobres e metais em outros acabamentos. O fato é que as peças são mesmo obras de arte portáteis. Thomas Cohn pode ter feito uma pausa, mas continua com os olhos afiados.

Galeria Thomas Cohn , Rua Joaquim Antunes, 187, SP

*Selects publicado originalmente na edição #20