Artista realiza quinta individual na Luhring Augustine Gallery trazendo produção recente, que evoca artefatos pré-históricos e sua poética multifacetada
Legenda: fotos Gabi Carrera/cortesia Tunga e Luhring Augustine Gallery
Legenda: Escultura de elemento antropomórfico formado por dedos e um seio, presente na mostra
A partir de abril, o público nova-iorquino poderá conferir a produção recente de Tunga, um dos mais representativos artistas brasileiros na atualidade. A galeria que o representa, Luhring Augustine, realiza sua quinta individual, trazendo obras produzidas nos últimos anos, no que configura um recorte bastante recente de sua produção.
Ela se insere na poética mutifacetada, mística e ancestral do artista com esculturas de aspecto pré-histórico, com figuras antropomórficas formadas por elementos deslocados, como dedos e seios, suspensos em tripés, estruturas recorrentes nesses trabalhos. Pela similaridade com altares de consagração, o caráter místico de religiões pagãs se acentua.
Nos desenhos, a mesma ambivalência das formas faz com que contornos de mãos, bocas, olhos, etc, às vezes deslocados de seus lugares habituais, sejam a base de rostos e corpos, num resultado também primitivo. Para formá-los, Tunga utiliza um único traço, sinuoso e delicado. Não à toa, o historiador da arte Michael Asbury definiu o cerne da produção do artista como o “desejo de revelar as correntes subterrâneas místicas da modernidade”.
Tunga – From “La Voie Humide”, de 19/4 a 31/5, Luhring Augustine Gallery, 531 West 24th Street, Nova York