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Postado em 20/04/2013 - 10:03
Motorista (1801-2013)
Nina Gazire

Google anuncia a invenção de carro guiado apenas por um sistema de softwares de geolocalização, eliminando a necessidade do motorista

Shelby
Legenda: Designer de automóveis e piloto nas horas vagas, o americano Carrol Shelby projetou ícones sobre rodas como o Shelby Mustang e o Cobra

Automóveis trazem inscritos no seu próprio nome a utopia de um veículo que se movimenta sem a força física do homem ou do animal. É isso o que indica a etimologia da palavra, fruto junção da palavra grega auto, que significa por si próprio, e do latim mobilis, que diz respeito a um objeto que se move. Nascido no século 17, parido pelo padre belga Ferdinand Verbiest, que concebeu um pequeno carro a vapor para o imperador da China, o automóvel sofreu inúmeras mutações, concentradas no sistema de combustão, e ganhou, ao longo das distintas gerações, mecanismos como o freio de mão e a caixa de cambio.

Em poucos séculos, o menino, filho de pai sem mãe, tornava-se um verdadeiro bólido engrenado por pilotos cada vez mais audazes, sem cumprir o destino histórico que se anunciava em seu nome greco-romano. Um parente distante, proveniente da ensolarada Califórnia, reverteria definitivamente essa trajetória em 2011, ano que um grupo de 15 engenheiros do Google, por meio de um lobby pesado, conseguiu a aprovação de uma lei no estado de Nevada que permite a circulação de carros guiados apenas por um sistema de softwares de geolocalização, eliminando a necessidade do motorista.

Papel de destaque nessa odisseia coube a Sebastian Thurn, que também é coinventor do Google Street View. Depois de alguns testes em modelos como o Toyota Prius, o Audi TT e o Lexus RX450, com a direção sendo alternada entre motorista e software, em agosto de 2012 a equipe anunciou que o Google Driverless Car completou 500 mil quilômetros sem necessidade de um condutor, em percursos livres de acidentes. Nasce enfim, o verdadeiro “auto-móvel”.

*Publicado originalmente na edição impressa #11.

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