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Grande Veleiro, de Arthur Bispo do Rosário (Foto: Reprodução)
Postado em 29/11/2019 - 11:11
Museu Bispo do Rosário em campanha de financiamento coletivo
Verba arrecadada será usada na higienização do acervo do museu e na restauração do trabalho Grande Veleiro, do Bispo
Luana Fortes

O Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea lançou uma campanha de financiamento coletivo para higienizar obras de Arthur Bispo do Rosário e, em especial, restaurar um de seus trabalhos mais emblemáticos: o Grande Veleiro. Representativo de uma união de técnicas, como carpintaria, escrita, bordado, costura e pintura, o Grande Veleiro encontra-se hoje com um elevado grau de sujidade e fungos e com sua estrutura de papelão e madeira instável. O trabalho já foi exibido em importantes exposições, incluindo a Bienal de Veneza de 1995 e Brasil +500: Mostra do Redescobrimento, realizada no Rio de Janeiro, São Paulo e Buenos Aires em 2000 e 2001.

Com 189 benfeitores, a campanha arrecadou até 29/11 79% do valor estipulado como meta, R$ 150.000,00, e restam cinco dias para que a ação chegue ao fim. Para cada contribuição, o museu oferece recompensas que vão de broches e chaveiros a visitas mediadas à reserva técnica do espaço. A cada real investido por um benfeitor, o BNDES+ investe mais dois reais, a partir do Programa Matchfunding BNDES+.

A verba arrecadada será usada para a reforma de uma sala para comportar um laboratório de conservação, onde profissionais especializados trabalharão por nove meses na restauração do Grande Veleiro e na higienização do acervo do museu.

A coleção do espaço conta com mais de 1500 itens, dos quais aproximadamente 900 foram produzidos por Arthur Bispo do Rosário. O inventário foi tombado em 1990 pelo INEPAC e pelo IPHAN em 2018, sendo o acervo considerado patrimônio artístico e cultural brasileiro. O restante da coleção deriva de ateliês de arteterapia da Colônia Juliano Moreira, realizados entre 1950 e 1980, e obras de artistas vinculados ao Atelier Gaia, desde 1990.

O Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea (mBrac) fica dentro do complexo de saúde mental apelidado de Colônia, o Instituto Municipal de Assistência à Saúde Juliano Moreira. Além de se dedicar à preservação, conservação e difusão do artista que nomeia a instituição, o mBrac compromete-se com o debate sobre as relações entre arte contemporânea e loucura ao desenvolver diversos projetos para esse fim. Um deles é a Escola Livre de Artes – ELA, um programa que integra educação, arte e saúde, aberto a usuários e não-usuários do sistema de saúde mental.

Para contribuir com a campanha do Museu Bispo do Rosário, clique aqui.