Pessoas que dão boa noite no Facebook, gente que manda beijos no coração, compulsivos que atualizam seu status de minuto em minuto, contando que estão tomando chá com a tia e que seu bebê falou Bu, ou algo de relevância tão fundamental quanto, são algumas das coisas mais odiáveis e típicas da vida social 2.0.
E o povo do “Obrigado por me add”? Pode anotar, em geral, são aqueles que vão te marcar em imagens celestiais e te matarão de constrangimento publicamente, associando seu nome a Jesus, Moisés, Maomé, Buda ou outra divindade alternativa qualquer.
Pior que isso só aquele namorado/namorada de 200 anos atrás que surge do Além para comentar com toda intimidade forçada seu status, sempre naquele clima de vergonha alheia pouca é bobagem. Ah, sim, tem também o coleguinha da escola com quem você não tem contato desde o pré-primário e que reaparece na sua timeline para compartilhar sua admiração pelo Bolsonaro, suas saudades dos anos de chumbo e postar aquela foto ridícula em que você aparece fantasiado de Topo Giggio, imitando Roberto Carlos na Jovem Guarda.
Texto publicado originalmente na edição impressa #15. É parte do concurso Feicechatos, que vai dar ao ganhador um ano de assinatura grátis da revista seLecT.