Dez novas bibliotecas itinerantes vão levar literatura a moradores de rua em São Paulo
Legenda: Os advogados sócios do escritório Porto Advogados com a doação.
Foi vivendo nas ruas que Robson Mendonça descobriu as dificuldades de não ter um endereço, entre elas, a de não poder emprestar livros em bibliotecas públicas. Assim, o gaúcho que viveu nessa situação em São Paulo até 2003, fã de A Revolução dos Bichos, de George Orwell, prometeu a si mesmo criar uma biblioteca só para moradores de rua.
Hoje presidente do Movimento Estadual de População em Situação de Rua, é ele quem conduz pessoalmente o triciclo com capacidade para 150 kg de livros, que circula com facilidade no trânsito caótico de São Paulo, colaborando com o trabalho das comunidades que já atuam com cultura e inclusão social por meio da leitura.
Só em 2011, o projeto recebeu mais de 25 mil livros em doação e distribuiu 8 mil livros entre desabrigados. “Ao receber um livro, os novos leitores têm a missão de passar a obra adiante e desta maneira colaborar para que o trabalho alcance outras pessoas”, explica Lincoln Paiva, diretor do Instituto Mobilidade Verde.
O escritório de advocacia Porto Advogados resolveu comemorar seus 75 anos contribuindo para a coletividade, e acaba de doar 10 novas “Biciclotecas”, além de financiar os custos de manutenção das bibliotecas itinerantes. “Acreditamos que a literatura é um importante instrumento de transformação do homem e da sociedade”, diz o advogado Benedicto Porto Neto, sócio do escritório.
Com a doação, o projeto agora totaliza 12 unidades, entre elas um modelo elétrico, que disponibiliza Wi-Fi e uma webcam para cadastrar fotos dos moradores e ajudar as famílias a encontrá-los.
Bibliotecas públicas e comunitárias, ONG’s que trabalham com cultura e atuam em comunidades que necessitam de apoio para o desenvolvimento de bibliotecas itinerantes podem se inscrever no projeto seguindo as regras do edital.