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Postado em 22/11/2013 - 7:10
No meu vão ninguém mete a mão
Guilherme Kujawski

Um movimento para salvaguardar a área livre do MASP

Maspcons

Legenda: Esqueleto do MASP, projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi e construído pelo engenheiro José Carlos Figueiredo Ferraz

Um alerta grave: o Museu de Arte de São Paulo está sob forte ameaça de forças ocultas, as mesmas que se empenhariam até a morte para criar zonas de exclusão e reservas sociais pela cidade. Há um cheiro de Zyklon B no ar. Sim, pois parece que, dentro da lógica conservadora que grassa em diversos meios (inclusive os de comunicação), a solução para o problema dos indesejados seres que trafegam pelo vão do MASP seria o puro e simples extermínio.

Mas cercar o vão do MASP é uma forma de extermínio. Extermínio do projeto de emancipação proposto por Lina Bo Bardi, da livre circulação da população por espaços públicos, do acesso à arte e à cultura. Se o problema é a criminalidade que se instalou no local, então por que não orientar ações dos policiais do posto da PM instalado em frente ao Parque Trianon?

O arquiteto Abílio Guerra já desmontou o polêmico editorial publicado recentemente pelo jornal O Estado de S. Paulo, que, por estranho que pareça, corrobora a posição de cerceamento do curador do MASP, Teixeira Coelho. Portanto, optamos por chamar a atenção de todos os cidadãos para o movimento de proteção ao acesso irrestrito ao vão livre, que tem uma página no Facebook com o sugestivo título: no meu vão ninguém mete a mão. O que nos faz considerar: quais os piores gatunos, os que batem carteira no vão ou os que se furtam de instaurar políticas públicas efetivas?